Quando o Brasil foi confirmado como sede da próxima Copa do Mundo, em 2014, o governo federal tentou passar à população que essa decisão da Fifa era sinônimo de desenvolvimento e reconhecimento da importância do país do futebol a um dos esportes mais populares do Planeta. Apesar da Seleção Brasileira ainda figurar na liderança de títulos mundiais conquistados – foram cinco até aqui, apesar dos fracassos em 2006 e 2010 -, o país ainda está longe de figurar como exemplo de desenvolvimento, a ponto de se habilitar – em um período de quatro anos – para receber o maior evento futebolístico da história.
Hoje, a três anos da Copa, conforme mostram os mais diversos levantamentos sobre as obras necessárias tanto nas sedes escolhidas para receber jogos, como nas cidades próximas, como Guarulhos, que têm importantes aeroportos, o atraso é flagrante. Estudo divulgado neste mês pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Avançadas (Ipea), órgão ligado ao governo federal, revela que a maior parte das obras necessárias nos aeroportos brasileiros não está concluída antes de 2014.
O estádio do Corinthians, na zona leste da Capital, enfiado goela abaixo na nação, para ser o estádio da abertura dos jogos, ainda em fase de projetos, não estará disponível para a Copa das Confederações, realizada um ano antes da Copa, para servir como um teste sobre a infraestrutura disponível. Ou seja, São Paulo – a cidade mais importante do Brasil – não poderá avaliar se estará pronta para 2014.
De forma atabalhoada, a prefeitura da capital e o Governo do Estado anunciam grandes investimentos públicos no entorno do estádio, para dotá-lo da infraestrutura necessária, com a construção de acessos ao mais novo centro esportivo particular da cidade. Ou seja, a palavra empenhada pelos governantes paulistas de que nenhum centavo de dinheiro público seria dispensado para a obra não se concretizou.
Já Guarulhos, que tem tudo para figurar como um município auxiliar na recepção de turistas estrangeiros, ainda não se mexeu para se adequar aos jogos. Como tem ampla rede hoteleira, o município pode muito bem servir como uma base para hospedagem, oferecendo os mais diferentes serviços aos torcedores, ainda mais que o estádio paulistano ficará a menos de 15 minutos da cidade. Que pelo menos, as ligações viárias, como o prolongamento da avenida Jacu-Pêssego e o tão esperado Trem de Guarulhos, sejam concluídos a tempo.