Opinião

Só discursos não combatem a inflação

A presidente Dilma Roussef (PT), em um evidente  discurso para tentar tirar do foco problemas de  verdade que afetam o país, neste momento a iminente volta da inflação, ela considera que se trata de algo positivo. Durante a primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de seu governo, ela afirmou que isso indica que mais pessoas estão com dinheiro para consumir. A inflação ocorre quando muita gente tenta comprar bens e não há produtos suficientes.


Lamentavelmente, não há como aceitar que – nem de longe – a presidente possa considerar que isso é bom para o país. O desabastecimento, seja de que produto for, é reflexo da ausência de investimentos públicos ou privados em determinados setores. Hoje, o Brasil sente a alta – sem parar – nos preços dos  combustíveis, algo que gera um efeito em cascata terrível. O preço da gasolina, por exemplo, está sendo contaminado pela escassez de etanol no mercado. Fora isso, apesar do Brasil ser auto-suficiente na produção de petróleo, a Petrobras alega que a alta do preço internacional do produto interfere nos valores internos.


Combustíveis em alta acabam por gerar fretes mais caros, que acabam sendo repassados aos produtos industrializados e, invariavelmente, a bomba estoura na mão dos consumidores. Sobem os valores das tarifas de ônibus, vinculadas às majorações do óleo diesel, crescem as despesas dos empresários que devem majorar os salários e a corrente negativa se espalha por toda a cadeia produtiva.


Desta forma, a equipe econômica do atual governo não encontra outro remédio que não seja o uso – de forma exagerada – da política monetária, através da taxa básica de juros, a Selic.


As pessoas aumentam suas compras quando há crédito fácil e barato. Se os juros sobem, as prestações do crediário ficam mais difíceis de pagar e, em tese, há redução do consumo e controle da inflação.


Ou seja, surge uma grande contradição na fala da presidente. Como ela pode estar feliz com o aquecimento no consumo, se só faz aumentar os juros? Diante de tanta falta de lógica, volta-se para os discursos emotivos e bem populares. “Tenho compromisso com o controle da inflação. Disse isso no meu discurso de posse e durante a campanha. E cumpro meus compromissos. Também tenho compromisso com crescimento econômico e social. É isso que gera empregos e inclui cidadãos”, declarou Dilma. Isso é tudo que o Brasil tem nesse momento.

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