Embora apenas 12% das rodovias brasileiras sejam pavimentadas, de acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), 62,1% dos trechos pesquisados ainda apresentam algum tipo de problema. Além disso, os pontos críticos na malha rodoviária aumentaram 32% nos últimos quatro anos.
Os resultados divulgados nesta quinta-feira, 16, mostram que 44,7% da malha pavimentada pesquisada apresentam desgastes e 19,1% têm trincas e remendos. Em outros 3,3% existem afundamentos, ondulações e buracos, enquanto em 0,5% a pista está simplesmente destruída. Dos 98.475 quilômetros percorridos pela CNT, somente 32,4% estavam em condições perfeitas de rodagem.
O levantamento abordou quase a metade dos 203.599 quilômetros de rodovias pavimentadas do País. Os trechos asfaltados, porém, representam apenas 12% do mais de 1,691 milhão de quilômetros de estradas brasileiras. “É muito pouco para um País que quer crescer. A nossa densidade é muito menor do que a de países como a Argentina e o México. O Brasil precisa melhorar a extensão e a qualidade da sua malha rodoviária”, afirmou o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.
Pontos críticos
Entre os pontos críticos encontrados estão 28 quedas de barreira, 13 pontes caídas, 100 erosões na pista e 148 buracos grandes. O total de 289 ocorrências críticas em 2014 supera os 250 pontos identificados em 2013 e é 32% superior aos 219 problemas registrados em 2011. “Isso é bastante preocupante porque é um reflexo imediato sobre a segurança das pistas, com relação direta sobre o número de acidentes”, completou Batista.
Com relação à sinalização das pistas, em 39,9% dos trechos rodoviários pesquisados, a pintura das faixas laterais estava desgastada e em 15,9% era simplesmente inexistente. No caso da faixa central, havia desgaste em 40,8% da extensão analisada e em 6,8% não havia sequer sinalização. “Na chuva, por exemplo, esse desgaste aumenta muito a insegurança”, explicou o diretor da CNT.
A confederação também identificou falhas graves na ausência de dispositivos de proteção contínua – as chamadas muretas ou guardrails – em 45,9% dos trechos, todos eles com necessidade da estrutura. Em 11,8%, os dispositivos existiam de maneira adequada; em 17,7% estavam presentes apenas e parte do percurso; e nos 24,6% não havia a necessidade da estrutura. Como ponto positivo, as placas de sinalização vertical tiveram bom resultado, estando visíveis – sem obstáculos, como mato – em 82,3% dos trechos avaliados, e legíveis em 88% da extensão pesquisada.
Quanto à geometria das vias, porém, 49,7% da extensão percorrida pela CNT contam com curvas perigosas sem placas e sem muretas de defesa completas. Apenas 11,5% dos trechos contam com os dois instrumentos de segurança e sinalização. Além disso, em 60,1% delas não havia acostamento e 66,9% das pontes e viadutos não contavam com as estruturas de segurança ideais.