O economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Felipe Queiroz, disse que no curto prazo não há problema de desabastecimento em virtude das enchentes no Estado do Rio Grande do Sul. Ele explica que os supermercados, de modo geral, têm uma margem de estoque de arroz e outros produtos com produção no estado atingido.
"O consumo de arroz é inelástico, ou seja, a demanda dele se mantém estática ao longo do tempo, ou que a pessoa come uma porção de arroz, ela tem a tendência a comer aquela mesma porção ao longo do tempo. As redes sociais acabam fomentando uma visão negativa e alarmista sobre a situação, quando na realidade não há desabastecimento do setor e, além disso, as medidas emergenciais adotadas têm o intuito de evitar a falta de produto no mercado doméstico, bem como uma corrida aos supermercados de modo que falte produto para todos", afirmou Queiroz ao <i>Broadcast</i>, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Ele lembra ainda que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fará leilão para compra de 1 milhão de toneladas de arroz para atender emergencialmente o mercado doméstico. "No curto prazo não tem um problema de desabastecimento e no médio e longo prazo o leilão da Conab visa atender o setor. Inegavelmente que muitos produtores foram afetados no Rio Grande do Sul, a logística foi comprometida, mas 70% da safra de arroz deste ano no Rio Grande do Sul já teve a colheita feita antes da tragédia, ou seja, ainda há produtos", disse ainda. Ele acrescenta que o setor supermercadista atua em prol do abastecimento e de contribuir com o Estado atingido.
O economista atendeu o <i>Broadcast</i> em meio ao evento Apas Show, que reúne empresários do setor no Estado de São Paulo. No ano passado, o evento somou R$ 13,9 bilhões em negócios fechados. Nesta edição, a expectativa é de R$ 15,3 bilhões, uma alta de 9,8%.