Para tentar interromper o crescimento do número de casos de covid-19 e uma possível segunda onda de mortes pela doença, o governo do Rio de Janeiro anunciou nesta terça-feira, 24, que vai criar postos de diagnóstico precoce da covid-19, para examinar os pacientes por meio de testes do tipo PCR e exames de imagem.
O governo também pretende ampliar o número de leitos para internação de vítimas da doença – na segunda-feira, 23, foram anunciados 214 novos leitos já reservados aos pacientes da covid-19, e nesta terça-feira o número pretendido (mas ainda não disponibilizado) passou a "entre 400 e 450 leitos".
O governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), descartou a adoção de novas medidas de isolamento social: "Não há nenhuma hipótese de retornarmos à questão da flexibilização, não fecharemos nada (dos estabelecimentos comerciais), é uma ação de conscientização", afirmou.
Em 15 dias haverá nova avaliação da situação. Até esta terça-feira, a covid-19 atingiu 340.833 pessoas no Estado do Rio e matou 22.141 pacientes, segundo balanço da secretaria estadual de Saúde.
Castro concedeu entrevista coletiva no Palácio Guanabara, sede do governo do Estado, em Laranjeiras (zona sul), após se reunir com representantes de entidades do comércio, do turismo e de outros segmentos da sociedade para debater o crescimento dos casos de covid-19 no Estado.
Acompanhado pelo secretário estadual de Saúde, Carlos Alberto Chaves, admitiu o agravamento da situação, mas se limitou a anunciar planos a serem detalhados no futuro. "Os números da covid-19 subiram e o governo do Estado chamou aqueles que foram mais sufocados para que a gente possa fazer um pacto, porque somente trabalhando juntos conseguiremos não fechar mais o nosso Estado", afirmou o governador.
"Colocamos alguns eixos: o principal é o (aumento do) número de leitos, a segunda ação prioritária é a testagem em massa, e o terceiro (eixo) é o diagnóstico precoce", disse. "Em 48 horas nós vamos estar anunciando os locais onde faremos esse diagnóstico precoce nas pessoas, com exame PCR e imagem", anunciou Castro.
Segundo ele, esses postos de diagnóstico estarão funcionando na próxima semana. "Não é simplesmente piorou, fecha (o comércio), melhorou, abre. Não é isso. Essa união e esse trabalho em equipe para que voltemos a ter resultados positivos", completou.
Castro alertou para a possibilidade de uma segunda onda da doença e o prejuízo que ela traria para as festas de fim de ano. "Esse fim de ano é importantíssimo para o turismo, a economia, hotéis, bares e restaurantes, então estamos procurando ter um grau de responsabilidade enorme. O Rio de Janeiro é uma cidade com a vocação de turismo, de serviços, e não podemos fazer um alarde sem que se tenha certeza de que poderia ser uma segunda onda (de covid-19). Esperamos que não seja, mas estaremos devidamente preparados caso seja", afirmou o governador.
Sobre as festas que têm reunido milhares de pessoas, em todo o município do Rio e em outras regiões do Estado, e o não uso de máscaras pelas pessoas, Castro disse que a fiscalização vai aumentar. "A gente teve no fim de semana a questão dos eventos, a gente vai começar uma fiscalização mais rígida ainda. O Corpo de Bombeiros estará em todos os grandes eventos nesta final de semana".
Ele também afirmou que está desenvolvendo um plano estadual de imunização para que, assim que a vacina estiver disponível, ela seja oferecida à população do Estado. "A Secretaria de Saúde já está preparando os editais para comprar os insumos com antecedência, sem contratos de emergência. A Asserj (Associação dos Supermercados do Estado do Rio de Janeiro) colocou (à disposição) todos os estacionamentos de mercados para que o Estado use na questão da imunização. O governo está definindo a logística, se vão ser tendas, para que, assim que a vacina chegar, a gente esteja pronto para aplicar", afirmou.