Esportes

Para dirigentes guarulhenses, novas regras da FIFA não inibem ação de investidores

As novas determinações que a FIFA pretende implantar no futebol a partir de 2015 para coibir a participação direta de investidores nos direitos econômicos de atletas divide a opinião dos dirigentes que administram o principal esporte do País. Tanto dirigentes dos clubes guarulhenses quanto empresários que mantém atletas nestes clubes divergem sobre o novo modelo proposto pela entidade maior do futebol.
 
No entendimento do presidente do Flamengo, Joaquim Mangueira, clube que disputa a Série A3 do Campeonato Paulista, ele deve encontrar mecanismos para que possa se adaptar a essa nova realidade. Ele também afirma que sem esta integração com investidores, muitos clubes de pequeno porte estão fadados à morte.
 
“Vamos nos adaptar e se ajustar nos próximos quatro anos para encontrar mecanismos para participação de investidores, até por que temos parceiros que investem no clube. Essa mudança radical não vai mudar em nada. Sem investidor não sobrevive nenhum clube de pequeno e médio porte”, explicou Mangueira.
 
O mandatário do Corvo destacou a importância destas parcerias para a manutenção das atividades do clube. “Caso não tivéssemos parceiros para a logística e o Corinthians, o Flamengo não teria receita suficiente para sobreviver. Em alguns casos, o investidor já está participando de forma diferente nas agremiações”, ressaltou.
 
Já Ricardo Agea, presidente da AD Guarulhos, time integrante da 4ª divisão do futebol paulista, afirma que esta prática ou atividade não terá fim. Agea enumera situações, que segundo ele, acontecem com frequência e torna os envolvidos reféns deste contexto formalizado nas ações que envolvem o futebol na atualidade.
 
“Não vamos acabar nunca com os empresários esportivos. Os atletas sempre vão precisar de acessórias jurídicas e administrativas de suas carreiras. Apenas 0,03% dos atletas tem condições de gerir suas carreiras. O que a FIFA busca é acabar com empresário pé de chinelo e o aproveitador de beira de alambrado, porém, reconheço que esse cara também é o garimpeiro é ele quem descobre o diamante na maioria das vezes”, exemplificou.
 
Entretanto, o mandatário do Índio valorizou a iniciativa da entidade maior que administra o futebol mundial e acredita que o clube possa a ter maior participação nas negociações. “Como clube gosto da medida proposta pela FIFA. Ela quer assegurar ao clube o poder de decisão sobre os seus investimentos pois são os clubes que gastam dinheiro para formar o atleta. O empresário apenas se aproveita disso e ainda sai xingando o clube”.
 
Empresário do atacante Lauder Silva, artilheiro do Campeonato Paulista Sub-20 com a camisa do Flamengo, além de estrelas do nosso futebol como o também atacante Emerson Sheik, Reinaldo Pitta, compartilha da mesma opinião que os dirigentes guarulhenses, mas exige a profissionalização do empresariado esportivo no País.
 
“Não muda em absolutamente nada, até por que somos pessoas independentes. Isso é política pura. A partir de agora precisamos é moralizar a nossa profissão, haja visto que não temos interesse em prejudicar o clube. Pode mudar o que quiser, sempre trabalhei e vou trabalhar de forma honesta”, finalizou.
 
Mesmo acenando para estas mudanças, ainda não existe a previsão para aplicação desta nova regra pela FIFA. Também não está definido quais punições irão receber os clubes que burlarem esta determinação, tampouco o que fazer com clubes que pertencem a grupo de investidores.

Posso ajudar?