A dinâmica do setor de serviços acompanha as demandas da indústria, do comércio e da agricultura. Diante da conjuntura desfavorável e da desaceleração de economia, os serviços também têm mostrado pouco fôlego, avaliou nesta quinta-feira, 18, Juliana Paiva Vasconcellos, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Como a economia está desacelerando, os serviços se situam num patamar abaixo de anos anteriores.
Claramente o setor está em tendência de queda quando comparado a 2014″, disse Juliana. Até abril deste ano, a receita nominal de serviços acumula alta de 4,3% em 12 meses. Trata-se do pior resultado da série histórica, iniciada em janeiro de 2013 neste tipo de comparação. Essa taxa vem em declínio desde março de 2014, quando estava em 8,7%.
A fraqueza da economia também pode ser sentida nos serviços prestados às famílias, cuja receita cresceu 1,2% em abril sobre abril de 2014, o pior desempenho da série iniciada em 2012. A queda na renda e o aumento dos preços são desestímulos ao consumo desses serviços, segundo Juliana.
“Os serviços prestados às famílias estão muito abaixo de seu patamar normal, influenciado pela renda”, disse. Ela lembrou que a massa de rendimento real habitual dos trabalhadores encolheu 3,8% em abril ante abril do ano passado, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego 9PME), que avalia as condições do mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do País.
Os custos cada vez mais elevados com alimentação fora do domicílio também desencorajam o consumo. O item subiu 10,5% em 12 meses até abril, contra 8,2% da inflação média oficial. “Com restrição orçamentária e período de incertezas, pessoas tendem a cortar idas a restaurantes, por exemplo. Então, esse setor (de serviços prestados às famílias) sofreu mais, por causa dos preços maiores e da renda caindo”, disse Juliana.
Em 12 meses até abril, a receita nominal dos serviços prestados às famílias creseu 7,0%, também o menor desempenho da série, iniciada em 2013 neste tipo de comparação. Em dezembro do ano passado, essa taxa era de 9,2%. “Pode ser que agora as famílias tenham puxado mais o freio no consumo de serviços que não são essenciais para seu dia a dia”, analisou a gerente do IBGE.