Um imóvel de 6,7 mil, localizado em uma área nobre do Macedo, a duas quadras do Hospital da Unimed, em plena avenida Papa Pio XII, será colocado à venda pela Prefeitura de Guarulhos. Avaliado em R$ 17 milhões, o terreno é usado pela Proguaru S/A, empresa de economia mista, como depósito de materiais e estacionamento de veículos.
Em 18 de fevereiro, o prefeito Sebastião Almeida (PT) enviou à Câmara Municipal projeto de lei que prevê a venda do imóvel que pertence à Proguaru com o objetivo de sanar dívidas contraídas pela municipalidade ao longo dos últimos anos. De acordo com a proposta, a área está avaliada momentaneamente em R$ 17 milhões.
Almeida aponta que a dotação da empresa vem sofrendo fortes reduções mesmo com um orçamento de R$ 119 milhões previstos para este ano. Além de apontar a queda financeira, o prefeito também alega dificuldade para manter serviços como de edificações, controle de acesso, limpeza dos próprios, serviços gráficos, manutenção predial e a folha de pagamento que podem atingir a quantia aproximada de R$ 100 milhões ao ano.
O prefeito argumenta que a venda daquele imóvel pode significar a melhora no fluxo de caixa da empresa, que – segundo ele – está descompassado e comprometendo compromissos firmados com fornecedores gerando atrasos nos pagamentos. Outro ponto destacado pelo petista está voltado para a aquisição de insumos e contratação de serviços que resultam à Proguaru em um montante de R$ 40 milhões por ano.
No entanto, os valores apontados pelo petista para explicar os motivos que levaram a decisão de vender aquele próprio municipal atinge a quantia aproximada de R$ 140 milhões. Ou seja, este valor supera em R$ 21 milhões o orçamento aprovado para o ano de 2016. Contudo, a avaliação pode sofrer alteração, já que uma nova ação da mesma importância deverá ser concluída antes do processo de concorrência e a expectativa é de que possa atingir a casa dos R$ 20 milhões.
Por fim, o chefe do Poder Executivo entende que as pendências financeiras estão causando diversos problemas para atender as demandas da população e, assim, provocando insatisfação. Além desta afirmação, Almeida ressalta que não houve outra alternativa encontrada pela direção da empresa a não ser propor a venda de algum imóvel para gerar capital de giro e reestabelecer a saúde financeira da Proguaru.
Fontes ouvidas pelo GuarulhosWeb indicam que a empresa de economia mista até poderia abrir mão da área. No entanto, defendem que o valor arrecadado deveria ser utilizado para investimentos e não para pagar dívidas. “É o município se desfazendo dos bens que são da população para corrigir erros de uma má administração. Ainda mais que isso está acontecendo no último ano de um governo, que teve oito anos para resolver os problemas da população”, citou uma pessoa que pediu para não ser identificada.
Para que a venda seja efetivada, a Prefeitura precisa primeiro a aprovação do projeto que autoriza o município se desfazer da área pela Câmara Municipal de Guarulhos.