O artista plástico Marcos Paulo Feliciano, de 36 anos conhecido como Pato mora no bairro Vila Augusta e tem um estúdio de tatuagem na região central da cidade. Além disso, muitos trabalhos do artista estão espalhados pelos muros da cidade e já foram expostos até fora do país.
Pato conta que desde muito novo conheceu o mundo dos pixadores, em 1994 o grafite entrou em sua vida e ele acabou se interessando pela arte, a partir dela começou a tatuar e há 15 anos está é sua profissão oficial “Tatuagem hoje em dia é meu meio de vida, é meu sustento. E a pintura é o que me estabiliza e me da sentido na vida” contou Pato.
Segundo Pato a amizade com tatuadores fez toda a diferença para iniciar a carreira, principalmente o amigo Ângelo “ele sempre me falava porque você não começa a tatuar, você já “manja” de desenho, e eu era “desencanado” e sempre falava isso não é para mim não” lembrou.
Primeiros passos
O pontapé inicial foi dado pelos irmãos de Pato, que questionaram se ele não poderia fazer uma tatuagem no corpo deles e compraram os aparelhos para que ele fizesse o trabalho. Pato então pediu algumas dicas para o amigo Ângelo e começou os primeiros rabiscos nos irmãos e na mãe.
Ele explicou que aprendeu a profissão treinando “os desenhos já eram bem complexos para quem estava começando, eu nunca busquei coisas fáceis, eu sempre procurava alguma coisa que eu pudesse evoluir” explicou.
Seus primeiros desenhos foram uma letra japonesa, um sol e uma flor que foi tatuada em sua mãe. “Desde a primeira tatuagem eu já sabia que eu ia viver disso eu pensei “vai ser minha profissão e é o q eu quero pra minha vida”” contou.
Através da formação em Artes Plásticas ele foi convidado para 2 Bienais de Gravura na Espanha e duas em Araraquara. “Eu costumo dizer que meu futebol de fim de semana é pintar na rua, é isso que me da prazer” divertiu-se.
Pato tem um visual diferente o que chamou a atenção da marca Cavalera, que o convidou para um desfile. Além disso, o artista também fez parte da figuração da novela Tempos Modernos na Rede Globo.
Para o futuro pato pretende aperfeiçoar em seus desenhos e cuidar de sua família que está crescendo, sua esposa Marina Koga (Miroca) com quem namora há 10 anos e é casado há dois anos está grávida do primeiro filho do casal.
“Quero também me aprofundar na arte oriental é o estilo que eu mais gosto, por conta de ter uma esposa japonesa, acaba sendo uma inspiração para mim e é o que eu mais gosto de pintar na rua também” completou.
Infância
Pato conta que desde muito jovem nunca foi como a maioria, os amigos que gostavam de ir à festas e paquerar “eu sempre prefiria andar de skate e fazer uns “pixo” – gíria para pixar paredes” explicou.
“A pixação foi o que abriu as portas pra mim, através dela eu conheci o grafite, e com o grafite ganhei reconhecimento e um certo status, que me ajudou na tatuagem, porque as pessoa sabia q eu era bom nos desenhos que eu fazia e me procuravam para tatuar” explicou.
“Minha mãe desde o inicio sempre me apoiou, eu nunca trabalhei registrado, praticamente minha vida inteira eu só fiz o que eu gostei, minha mãe nunca pediu para que eu procurasse alguma cosia que me desse um salário ou carteira assinada, o que ela sempre me disse foi faça o que te faz feliz” lembrou-se.