Paulistão recomeçará com rígidos protocolos e poucas pessoas nos estádios

Saem bilheterias, lanchonetes e torcedores. Entram barreiras sanitárias, álcool em gel e mutirões de higienização. O Campeonato Paulista vai recomeçar na próxima quarta-feira com uma série de substituições incomuns nos estádios. Para garantir a segurança dos jogadores e assegurar a conclusão do torneio, os locais de partida terão menos de 200 pessoas em cada jogo e os cuidados vão da chegada dos jogadores até a roupa utilizada em campo.

O primeiro jogo a mostrar essa nova fase do Estadual paralisado há quatro meses será no Canindé, o estádio da Portuguesa. Sem poder mandar a partida em Itu por causa da grande quantidade de casos de coronavírus na região, o Ituano vai encara a Ferroviária às 16h30 de quarta-feira para inaugurar o protocolo médico de cuidados de Federação Paulista de Futebol (FPF). "A preparação nossa será um pouco diferente do normal. Nós estaríamos voltados ao público, ao acesso e policiamento. Agora o foco é na saúde, por causa do protocolo", disse ao Estadão o gestor do Ituano, Paulo Silvestri.

O maior cuidado das 22 páginas do protocolo médico da FPF foi explicar a divisão dos estádios em três diferentes zonas. A primeira delas compreende o campo e o vestiário, local permitido somente para jogadores, técnicos e árbitros.

A segunda abrange a arquibancada e tribuna, que serão ocupadas por cinegrafistas, dirigentes e funcionários. Já a terceira região é área externa do estádios, onde podem circular seguranças e motoristas. A separação de uma zona e outra será rígida e controlada por utilização de credencial.

"Fora dos gramados, a orientação é a utilização de máscara o tempo todo. No banco de reservas os jogadores também precisam cumprir distanciamento e não podem compartilhar bebidas", disse o diretor médico da FPF, Moisés Cohen.

A federação não quer que o número de pessoas envolvidas no jogo ultrapasse 200 pessoas. O número já leva em consideração jogadores e comissões técnica. Todas as delegações dos times serão testadas anteriormente e monitoradas de forma contínua. O protocolo determina que os ônibus das equipes vão chegar e deixar o estádio em horários separados, para evitar o risco de contágio. No vestiário o cuidado será ainda maior.

Além de evitar aglomerações no espaço, os jogadores terão de trocar o uniforme inteiro já no intervalo e colocar as peças usadas em um cesto de roupas sujas. "Pode parecer um exagero, mas estamos sendo muito zelosos. Ainda assim, há o risco de contaminação. Estamos tomando cuidado para que isso não aconteça ao longo da competição", disse Cohen.

Quando os times forem embora, uma empresa de limpeza irá ao vestiário para desinfetar o local. "No dia anterior à partida haverá uma higienização completa no estádio, vestiários, tribuna, cabine de imprensa, campo, em tudo. Depois disso o estádio fica fechado à espera do jogo de quarta-feira. Depois acontecerá o mesmo protocolo para o próximo jogo ", garantiu o presidente da Portuguesa, Antonio Carlos Castanheira. Dono do Canindé, o clube vai participar dos preparativos para a partida.

Por todos os estádios serão distribuídos em vários locais dispensadores de álcool em gel. Quem terá de usar bastante o produto serão os gandulas. Caberá a eles a missão de desinfetar as bolas que não estão em jogo para devolvê-las limpas aos jogadores. Quem também terá equipamentos extras de segurança são os maqueiros, inclusive luvas.

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