“Eu guardei o melhor para São Paulo”, brinca o animador Matias Liebrecth, paulistano, sobre a palestra – também chamada de masterclass – a ser ministrada durante a programação do Anima Mundi, o festival de animação que, depois de passar pelo Rio de Janeiro, chega a São Paulo nesta quarta-feira, 1º.
Aos 41 anos, Liebrecth já foi chamado de “o animador brasileiro de Tim Burton”, pelo trabalho realizado ao lado do diretor de filmes com uma estética gótica e trágica, como Edward Mãos de Tesoura (1990), e cômica, o caso de Beetlejuice: Os Fantasmas Se Divertem (1988). Integrou a equipe de Frankenweenie, de 2012.
Agora, ele é “o animador do Wes Anderson”. Brincadeiras à parte, Liebrecth integrou a equipe do cineasta norte-americano Wes Anderson em Ilha dos Cachorros (atualmente em cartaz no País), a primeira animação em stop motion do diretor desde O Fantástico Sr. Raposo, lançado em 2009. No longa ele, foi o key animator, um termo que, em tradução literal, significa “animador chave”, mas, na prática, indica o responsável por algumas das principais cenas da animação.
“Todos os diretores, e não só Wes Anderson e Tim Burton, têm uma visão muito clara do que eles querem”, explica Liebrecth. “Cada um tem um estilo e é importante que eles saibam comunicar isso bem para as suas equipes.” O trabalho, afinal, é longo. No filme de Wes Anderson, por exemplo, foram dois anos no estúdio, para captar as cenas.
No Anima Mundi carioca, na última sexta-feira, 27, Liebrecth se encontrou com o público para uma palestra na qual ele falava sobre animação e, é claro, sobre sua carreira e o trabalho no recente Ilha dos Cachorros. Em São Paulo, a masterclass está marcada para sábado, 4. Liebrecth mostrará técnicas para se filmar em stop motion e vai mostrar, ao vivo, como registrar uma cena. “Falei que tinha reservado o melhor para o Rio”, ele segue, brincando. “Mas é interessante a oportunidade de ver como funciona esse tipo de animação.” Ilha dos Cachorros também será apresentado no Memorial da América Latina, dentro da programação do Anima Mundi, no domingo, 5, às 16h, com apresentação de Liebrecth.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.