Depois de ver frustrado o anúncio de acordo com o PSDB da empresária Fran Corrêa e, um dia depois, anunciar a candidatura a prefeito do deputado estadual Márcio Nakashima, o PDT atrai os olhares para suposta manutenção da negociação da sigla com os tucanos. Na ata da convenção pedetista, ocorrida na manhã de sábado, 12/09, o partido delega poderes à Executiva Nacional para deliberar sobre o nome do vice, bem como sobre eventuais coligações na chapa majoritária.
Na teoria, a decisão tem a justificativa de buscar aliados para reforçar a chapa encabeçada pelo PDT de Nakashima – e do ex-prefeito Almeida. Na prática, porém, o dispositivo funciona como uma brecha para que a sigla tente emplacar o acordo para compor a chapa tucana. O prazo para a definição das composições partidárias é a próxima quarta-feira, 16/09.
Vale lembrar que o deputado Márcio Nakashima criticou fortemente o presidente afastado do PDT, Armando Matos, por, segundo nota divulgada após sua primeira indicação como possível prefeiturável, usar o partido como balcão de negócios.
Na convenção do fim de semana, Matos foi afastado da presidência (oficialmente para cuidar de problemas de saúde) e Josinaldo Cabeça – recém-eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos – assumiu o cargo.
Histórico
O PDT já governou Guarulhos, quando Néfi Tales venceu as eleições em 1996. De lá para cá, o partido sempre ensaiou lançar candidatura própria, com o apoio sindical, principalmente o do Sindicato dos Metalúrgicos, mas nunca emplacou a cabeça de chapa.
Em 2012, o PDT lançou a pré-candidatura do então líder dos Metalúrgicos José Pereira. Mas refugou e indicou Telma Cardia como vice do prefeiturável Carlos Roberto (PSDB). No segundo turno daquele pleito, os vereadores trabalharam pela reeleição de Sebastião Almeida.
Na eleição de 2016, o mesmo enredo: Pereira era pré-candidato, mas compôs a chapa de Eli Corrêa Filho (DEM) à Prefeitura, derrotada pelo atual prefeito Guti.