Com 1.501 notificações de bebês com suspeita de microcefalia desde o agravamento da epidemia de zika, Pernambuco enfrenta agora uma nova preocupação. Dois casos de hidrocefalia infantil – que podem estar relacionados ao zika – estão sob a investigação de médicos pernambucanos do Hospital Oswaldo Cruz e do Instituto Materno Infantil Alice Figueira. A informação foi antecipada pelo jornal O Globo.
A síndrome se caracteriza pelo acúmulo excessivo de líquido no cérebro e pode provocar graves problemas neurológicos. A neuropediatra Vanessa Van Der Linden, que integra uma das equipes multidisciplinares que vêm acompanhando os bebês com microcefalia, informou que uma das crianças precisou passar esta semana por uma cirurgia para a colocação de um dreno na cabeça.
A especialista explica que a situação é incomum. “Estamos iniciando uma investigação e não há qualquer intenção de criar expectativas ou preocupações. Mas não podemos deixar de buscar respostas”, destacou.
“A hidrocefalia gera uma grande pressão intracraniana e as cabeças dos bebês sofrem uma expansão considerável porque suas caixas cranianas ainda não estão completamente consolidas. Quando isso acontece, as atividades cerebrais são afetadas”, detalhou a também neuropedriatra Ana Lira.
Apesar disso, Carlos Brito – que é membro do Comitê Técnico de Arboviroses do Ministério da Saúde e pesquisador da Fiocruz em Pernambuco – foi enfático ao apontar a hidrocefalia como uma “provável nova faceta dos problemas decorrentes da infecção pelo zika”.
Já a Secretaria de Saúde de Pernambuco afirmou ser “precoce fazer qualquer tipo de avaliação antes de investigação completa dos dois casos”. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.