Opinião

Pela moralização do futebol

Dia após dia cresce no país um sentimento de que é necessário moralizar o futebol. Para tanto, seria fundamental a saída do quase intocável Ricardo Teixeira da presidência da CBF.  Não à toa, o procurador Geral da República, Roberto Gurgel,  tem em sua mesa uma representação criminal contra o mandatário do futebol brasileiro que também preside o Comitê Organizador da Copa-2014.  Se a investigação for aberta, o processo por corrupção na Fifa que cita João Havelange e Ricardo Teixeira pode ser enviado ao Brasil, para ajudar nas apurações. Ou seja, se houver vontade política, a casa da família Teixeira pode vir a ser abalada.


Já é possível prever que o clã Teixeira viverá um período de inferno astral nesses três anos que restam até a Copa-2014, principalmente se o Ministério Público Federal pedir à Justiça da Suíça documentos que comprovariam o recebimento de suborno tanto do presidente da CBF quanto de seu ex-sogro e fonte inspiradora, João Havelange.


Essa documentação que trata de corrupção no futebol mundial colocou a Fifa nas páginas policiais e gerou um documentário produzido pelo escritor e jornalista Andrew Jennings, para a rede BBC, de Londres. O material de Jennings foi republicado no Brasil e a rede Record acabou produzindo uma série com todas as denúncias contra Ricardo Teixeira e suas empresas. Como não apareceu na Rede Globo, que lidera a audiência e dá muito mais repercussão, o assunto não foi tão adiante como deveria. Mesmo assim, surgem focos em todo o Brasil para que Teixeira saia da CBF.


Percebendo que não daria para proteger eternamente o mandatário do futebol, duas semanas atrás finalmente   o Jornal Nacional também levou ao ar uma reportagem sobre mais uma investigação policial contra Teixeira. Trata-se de um pagamento efetuado a uma empresa recém-formada por serviços prestados ao Governo de Brasília, antes de o governador José Roberto Arruda ser cassado. É mais lama no já sujo cenário em que se esconde o futebol brasileiro.


Podem até achar que uma coisa não tem a ver com a outra. Mas – com certeza – é impossível separar as quatro linhas do campo de quem comanda o futebol. Os últimos resultados negativos da Seleção Brasileira, com uma sequência de fracassos, devem ser creditados ao comando torto da CBF. Ainda é tempo de reverter o quadro, antes que o vexame na Copa do Mundo seja ainda maior.

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