Opinião

Precisa aumentar a água na torneira

Como o HOJE já havia divulgado há duas semanas, quando a Sabesp (Companhia de Abastecimento do Estado de São Paulo) informou ao Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Guarulhos um reajuste no valor da água, vendida no atacado ao município, não foi surpresa a publicação no Diário Oficial desta sexta-feira sobre um aumento aos consumidores a partir dos lançamentos de setembro da ordem de 11,16%.


A justificativa da autarquia municipal para o reajuste até parece pertinente. Trata-se do repasse dos 6,8% cobrados a mais pela estatal, o que gerará um impacto de aproximadamente R$ 6 milhões ao ano, já que o Saae compra 87% da água potável consumida no município da Sabesp. Os 4,05% restantes se referem ao ano anterior, quando não houve reajuste.


Ainda segundo a empresa municipal, não seria possível adiar de novo os repasses, já que isso comprometeria não só os custos de operação e manutenção e os da compra de água por atacado, como também as obras em andamento, como as do Programa de Tratamento de Esgoto de Guarulhos, executadas com recursos próprios e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.


Por mais que o consumidor seja penalizado, ao ter que desembolsar mais de 10% a mais com a conta de água, tem momentos que isso é inevitável, por mais que o Brasil passe por um período de estabilidade, com baixos índices inflacionários. O problema maior, neste caso, é que o Saae não consegue atender a contento a população de Guarulhos.


O número de reclamações de consumidores que sofrem sistematicamente com falta de água nas torneiras é grande. Até em bairros considerados nobres o problema é comum. Nos mais distantes do Centro, então, o rodízio no abastecimento já faz parte da rotina. 


Com o crescimento da cidade, motivado pelo avanço imobiliário, os problemas só tendem a aumentar. Em contrapartida, não se vê nenhuma ação efetiva do Saae no sentido de aumentar as fontes de captação de água. Apenas algumas ações tímidas para incentivar a economia por parte dos consumidores. A dependência da Sabesp parece ser irreversível. Desta forma, além de pagar mais, o consumidor tende – cada dia mais – sofrer o problema com intensidade maior. Ou seja, mesmo economizando, o valor final da conta não diminuirá.

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