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Perto de ser julgado nos EUA, Marin tenta barrar proteção a júri em Nova York

O ex-presidente da CBF José Maria Marin tenta barrar um pedido de procuradores norte-americanos para proteger os membros do júri que o julgarão a partir de novembro. No mês passado, os procuradores federais solicitaram a juíza da corte do Brooklin, Pamela Chen, que os membros convocados sejam protegidos para evitar que sejam intimidados e que seus nomes sejam mantidos em anonimato.

Para os procuradores, o júri deve ser anônimo e parcialmente fechado, depois que foram identificadas “tentativas de obstruir a Justiça e intimidar testemunhas”. Pela lei americana, esse anonimato apenas pode ser garantido por uma decisão da Justiça, considerando que existiria o risco de que fossem alvos de pressão popular, da imprensa ou dos envolvidos.

Na avaliação do Departamento de Justiça dos EUA, a cobertura midiática, além dos “interesses econômicos, penais e econômicos em jogo, resultaram em tentativas de obstruir a Justiça e impedir informação chegar ao governo e ao público”.

Outro pedido é de que o júri seja “parcialmente sequestrado”, um termo usado para designar a necessidade de que seus membros não apenas não tenham os nomes revelados, mas que se reúnam de forma isolada. Enquanto estiverem julgando Marin, teriam um contato limitado com o mundo exterior e até comida teria de ser trazida ao grupo durante as deliberações. Casos recentes como o do comediante Bill Cosby contaram com tal medida de precaução.

Marin, que cumpre prisão domiciliar nos EUA, será julgado a partir de 6 de novembro por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele foi preso em maio de 2015, em Zurique, e extraditado aos EUA. Dos mais de 40 indiciados, ele foi um dos três dirigentes de futebol envolvidos no escândalo a se recusar a admitir culpa e não assinar qualquer acordo com a Justiça americana.

Na sexta-feira, numa carta à juíza federal, os advogados de Marin pediram que não fosse dado o status para os membros do júri. Para defender sua posição, o brasileiro argumenta que tal medida precisaria ser avaliada diante do risco potencial de que os membros do júri tenham certos preconceitos em relação ao tema e à situação.

Segundo seus advogados, a cobertura ampla na imprensa de seu julgamento e a possibilidade de intimidação não são argumentos suficientes para justificar tal medida.

Marin é acusado de ter recebido propinas para conceder contratos na CBF para a Copa do Brasil, Copa América e Copa Libertadores. Marco Polo Del Nero, ex-braço direito de Marin e hoje presidente da CBF, também foi indiciado por corrupção. Por isso, não deixa o Brasil temendo ser preso.

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