O novo governo do Peru impôs um estado policial nesta quarta-feira, 14, em resposta aos violentos protestos após a queda do presidente Pedro Castillo. A declaração de emergência nacional de 30 dias suspende os direitos de "segurança e liberdade pessoal" em todo o país andino. Atos de vandalismo, violência e bloqueios de rodovias "requerem uma resposta contundente e autoritária do governo", anunciou o ministro da Defesa, Luis Otarola Peñaranda.
A declaração suspende os direitos de reunião e liberdade de movimento e autoriza a polícia, apoiada pelos militares do Peru, a revistar as casas das pessoas sem permissão ou ordem judicial. Otarola disse que não determinou se um toque de recolher será imposto. Ele estimou o número total de pessoas "causando essa perturbação" em não mais de 8 mil em todo o país.
O ministro da Defesa disse que a declaração foi aprovada pelo conselho de ministros. Não mencionou a nova presidente do Peru, Dina Boluarte, que foi empossada pelo Congresso horas depois que os legisladores derrubaram Castillo. Boluarte pediu calma enquanto as manifestações continuam contra ela e o Congresso que derrubou seu antecessor.
Boluarte sugeriu a repórteres a possibilidade de agendar eleições gerais para dezembro de 2023, pouco antes de uma audiência para determinar se Castillo permanecerá preso por 18 meses enquanto as autoridades abrem um processo de rebelião contra ele. O juiz então adiou a audiência depois que Castillo se recusou a participar.
<b>Mortes</b>
Manifestantes bloquearam ruas na capital Lima e em muitas comunidades rurais, exigindo a liberdade de Castillo, a renúncia de Boluarte e a marcação imediata de eleições gerais para escolher um novo presidente e substituir todos os membros do Congresso. Pelo menos sete pessoas foram mortas, incluindo um adolescente que morreu na quarta-feira após ser ferido durante protestos em Andahuaylas, disse o diretor de um hospital.