A Procuradoria-Geral da República apresentou nesta sexta-feira, 16, denúncia contra o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro dentro de inquérito da Operação Lava Jato. O procedimento apura a suspeita de que o peemedebista teria recebido propina de R$ 500 mil desviados de contratos da Petrobras.
Segundo informações das delações premiadas do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, o dinheiro chegou aos cofres da campanha do peemedebista por meio de uma doação legal feita pela construtora Queiroz Galvão e pela Vital Engenharia.
A reportagem não teve acesso à peça da denúncia, mas confirmou a informação com a PGR e com interlocutores do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato na Corte.
Também foram denunciados o cunhado de Raupp, Paulo Roberto Rocha, e uma ex-funcionária do senador, Maria Cleia de Oliveira.
Além desse inquérito, o peemedebista também é alvo de uma investigação no STF por suspeita de desvios na construção da hidrelétrica de Belo Monte, ao lado de outros nomes da cúpula do PMDB, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL).
Raupp é próximo do presidente Michel Temer e já ocupou a presidência do PMDB. Agora, é tesoureiro ajunto do partido.
Defesa
Em nota, Raupp disse que a “denúncia oferecida pelo Ministério Público, lamentavelmente, tem equivocada interpretação dos fatos”.
Ele também afirmou que “jamais compactuou com qualquer ilícito” e que a doação recebida durante a campanha foi feita de maneira legal, via o diretório estadual do PMDB de Rondônia.
O senador disse ainda confiar na Justiça e diz que aguarda “serenamente a instrução do processo, certo de que a fragilidade das provas e dos argumentos apresentados conduzirão à sua absolvição”.