Após seis horas de debates, o plenário da Comissão Especial da Reforma da Previdência conta com poucos parlamentares, enquanto a discussão do relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) segue sem maiores atritos entre oposição e governistas. Apenas o relator permanece na comissão desde a abertura da sessão, às 9h50.
Pelo lado dos que defendem a proposta, o deputado Daniel Freitas (PSL-SC) afirmou que a reforma não é apenas importante para o governo Bolsonaro, mas, sobretudo, para a população brasileira. “Não podemos postergar a aprovação da reforma. Acelerar a aprovação da Previdência é fazer o Brasil avançar”, completou.
Já a deputada Bia Kicis (PSL-DF) avaliou ser preciso resgatar o País, sob o risco de acabar o dinheiro para o pagamento de aposentadorias e salários de servidores públicos. “Nem sempre o remédio é doce. Falar de reforma da Previdência não é fácil em nenhum lugar do mundo. É um remédio amargo, mas que pode curar o paciente”, afirmou. “Vamos fazer os ajustes necessários, mas sem desidratar em demasia a proposta do governo”, completou.
A deputada Karla Zambelli (PSL-SP) declarou apoio à reforma e pediu a Moreira que a contribuição extraordinária para os servidores que ganham salários mais altos seja mantida na reforma.
Pelo lado contrário à reforma, a deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) argumentou que, apesar de alguns avanços no relatório de Moreira, alguns pontos – que ela classificou como “graves” – teriam permanecido no texto. Para deputada, as limitações colocadas às pensões de viúvas mostrariam o “caráter machista” da proposta de reforma do governo. “Seriam essas as privilegiadas que precisam ser combatidas?”, questionou.
A deputada Luizianne Lins (PT-CE) chamou de “desfaçatez” os argumentos dos parlamentares governistas de que a reforma seria positiva para a população. “Essa reforma é mais perversa que a do ex-presidente Temer. Se a reforma fosse boa para o povo, os deputados nessa Casa teriam votado (o projeto anterior) antes das eleições do ano passado”, afirmou.
Entre outros pontos levantados, o deputado Carlos Veras (PT-PE) pediu que o texto de Moreira seja mais claro sobre a retirada dos trabalhadores rurais da reforma. Em seis horas de sessão, 34 parlamentares já fizeram o uso da palavra. A lista de inscritos conta com 155 deputados, sendo 64 para falar a favor da reforma e 91 para falar contra a medida. Além disso, os cerca de 30 líderes partidários também têm direito a fala. A expectativa é de que o debate dure por diversas sessões.