O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Brasil subiu a 49,6 pontos em março, de 46,9 pontos em fevereiro. Essa é a primeira alta em 25 meses, destacou a Markit, responsável pelo índice, nesta segunda-feira, 3.
A instituição, contudo, ponderou que o PMI da indústria brasileira ainda segue abaixo dos 50 pontos, o que indica deterioração nas condições operacionais da atividade.
No mês, o movimento ascendente refletiu o crescimento dos volumes de novos pedidos e de produção, assim como reduções menos intensas nos estoques de compras e no número de funcionários.
O aumento da produção foi modesto, mas observado em todas as três principais áreas do setor industrial, com a liderança de bens de consumo. A quantidade de novos pedidos cresceu ligeiramente em março, após ter se contraído nos 25 meses anteriores. A alta nas encomendas para exportação foi marginal, segundo a Markit.
Os entrevistados ainda afirmaram que o volume de produção deve aumentar ao longo do próximo ano, com mais de dois terços das empresas revelando-se otimistas em relação às perspectivas de negócios.
Os argumentos mencionados pelos participantes da pesquisa para a maior confiança do desempenho industrial foram: novos projetos em andamento, planos de investimentos de capital, esperanças de uma recuperação econômica e previsões de uma demanda mais forte proveniente de clientes do exterior.
A Markit também afirmou que os fabricantes brasileiros continuaram a reduzir suas reservas de mercadorias como parte de iniciativas contínuas para liberar capital de giro, tanto nos estoques de pré-produção quanto em produtos finais. Contudo, os níveis de compra caíram, mas em uma taxa menor que a observada nos meses anteriores.
Em março, os insumos continuaram encarecendo em razão da desvalorização somada aos aumentos de preços de mercadorias básicas. Segundo a Markit, algumas empresas repassaram aos seus clientes parte da carga adicional de custos, resultando em outro aumento mensal nos preços médios de venda.
Os dados de março ainda indicaram uma capacidade ociosa entre os produtores de mercadorias. Assim, o número de funcionários diminuiu pelo 25º mês consecutivo, embora de forma menos acentuada.
“Embora a recuperação da produção industrial seja uma notícia bem-vinda, ainda é muito cedo para se afirmar que o retorno ao crescimento econômico será sustentado nos próximos meses. Com os números de funcionários continuando a diminuir, é provável que, na melhor das hipóteses, a demanda básica seja tímida no curto prazo”, afirma a economista da Markit Pollyanna de Lima.
Segundo ela, um incentivo que as empresas têm para aumentar mais ainda a produção é a necessidade de repor os estoques.