Os dois policiais militares acusados da morte de Haíssa Vargas Motta, de 22 anos, que tiveram ontem as prisões preventivas decretadas pelo juiz Glauber Bitencourt Soares da Costa, da 1ª Vara Criminal de Nilópolis, se entregaram na manhã desta quinta-feira, 15, à Polícia Militar. O soldado Marcio José Wattelor Alves, de 32 anos, e o cabo Delviro Anderson Moreira Ferreira, de 34 anos, se apresentaram ao seu batalhão, o 41º BPM (Irajá), e, após exames médicos, serão encaminhados à Unidade Prisional da corporação.
Na terça-feira, 13, o Ministério Público do Rio havia denunciado os PMs por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que dificulta ou impossibilita a defesa da vítima. Embora o MP-RJ não tenha requerido a prisão deles, o juiz considerou que é “dever do Poder Judiciário assegurar às testemunhas a tranquilidade necessária para que compareçam em Juízo livres de qual temor”, segundo informou o Tribunal de Justiça do Rio.
Em 2 de agosto, a vítima estava no banco de trás do carro que circulava com ela e outros quatro amigos em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Na Avenida Roberto da Silveira, o veículo começou a ser perseguido por uma viatura conduzida pelo cabo Delviro, que tinha ao seu lado o soldado Wattelor. Supostamente por achar que tratavam-se de criminosos em fuga, o soldado Wattelor começou a disparar com seu fuzil contra o veículo.
Um dos tiros atingiu as costas Haíssa, que morreu na hora. De acordo com a denúncia do MPRJ, assinada pelos promotores Dário Marcelo Brandão, Elisa Ramos Pittaro Neves e Jorge Magno Reis Vidal, o soldado agiu “de forma livre e consciente”, “assumindo o risco de produzir o resultado da morte”.
O cabo Ferreira, que dirigia a viatura, “contribuiu eficazmente” para o crime, “sendo ele o comandante da viatura, amparando a ação delituosa do soldado Wattelor, seu subordinado”. O fuzil usado no crime, ainda de acordo com os promotores, estava sob a tutela do cabo Ferreira.