A Polícia Militar de São Paulo e o Ministério Público de São Paulo são contrários à adoção de torcida mista nos clássicos das semifinais e finais do Campeonato Paulista. Os presidentes do São Paulo e do Corinthians, com o apoio do Palmeiras, queriam mudar a regra da torcida única, solicitando ingressos para a torcida visitante.
“Não existe nenhuma possibilidade de mudança. Nós conseguimos reduzir a zero os confrontos entre as torcidas. Qualquer alteração seria inoportuna e deveria ser analisada e estudada por um colegiado. Diante dos números, seria falta de responsabilidade voltar atrás na questão da torcida única”, afirma Paulo Castilho, promotor do Juizado Especial Criminal e representante do Ministério Público nas discussões sobre torcidas organizadas em São Paulo.
Os números da Polícia Militar apontam o aumento no público nos clássicos da ordem de 38% e redução dos confrontos entre torcidas entre 2016 e 2017. “Acabaram os confrontos entre torcidas organizadas. A recomendação da Polícia Militar é que a torcida única permaneça”, afirma Luiz Gonzaga Oliveira, tenente-coronel do 2º Batalhão de Choque e responsável pelo policiamento dos estádios da capital. Gonzaga faz a ressalva de que ainda não foi informado oficialmente sobre o desejo de mudança dos clubes.
A volta das duas torcidas foi sugerida pelos presidentes do Corinthians, Roberto de Andrade, e do São Paulo, Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, nesta terça-feira, durante o conselho técnico que definiu datas e horários da semifinais. Os dois clubes se sentiram prejudicados pelo fato de a outra semifinal, a partida entre Palmeiras e Ponte Preta, ter torcida mista por não se tratar de um clássico.
“A questão da torcida única é injusta. É ruim para o futebol. A gente vai solicitar. Não é só por conta do Palmeiras. Esse castigo por dado aos clubes da capital. Vamos fazer uma solicitação e vamos ver se seremos atendidos”, afirmou o presidente Roberto de Andrade, do Corinthians.
O dirigente afirma que o ideal seria voltar à divisão meio a meio, com 50% dos ingressos para cada clube, mas reconhece que 10% da carga de ingressos para o visitante seriam suficientes.