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Polícia procura 38 ligados a tráfico no fluxo da Cracolândia

Mesmo com as prisões de mais de 50 traficantes ligados à Cracolândia em duas operações policiais nas últimas três semanas, a polícia paulista ainda tem 38 mandados de prisão em aberto contra criminosos acusados de abastecer com drogas o fluxo de viciados da região da Luz, no centro de São Paulo.

Segundo o secretário estadual da Segurança Pública, Mágino Alves, o serviço de inteligência do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) continua trabalhando para prender os traficantes que escaparam das duas ações feitas na região e a Polícia Militar vai atuar para impedir que a droga chegue até os usuários da Cracolândia.

“O fluxo nunca mais vai ser o que era aqui, nunca mais”, disse neste domingo, 11, o secretário em entrevista após a operação da Polícia Militar. “O que vai acontecer? Eles vão ficar espalhados por essa região, isso facilita o trabalho dos agentes sociais e da polícia também, embora nosso foco não seja o usuário e sim o traficante”, completou. Segundo ele, a nova Cracolândia que havia se formado na Praça Princesa Isabel após a primeira operação nem se comparava ao antigo reduto quanto à quantidade de drogas e movimentação financeira pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). A facção, de acordo com o Denarc, controlava a distribuição e venda de drogas no fluxo.

O secretário explicou ainda a diferença entre as duas ações feitas no intervalo de três semanas. “Naquela primeira ação nós tínhamos os alvos definidos, era uma ação coordenada pelo Denarc. Essa de hoje (11) não, era uma ação que tinha o tráfico como alvo, mas com outro escopo, de retomar o espaço público, tirar as barracas porque são elas que favorecem o tráfico de entorpecentes”, disse.

A lista de procurados do Departamento conta com 18 mulheres e 20 homens cuja atuação na antiga região do fluxo foi documentada pelos investigadores. São imagens em que os suspeitos aparecem portando armas, realizando disparos e organizando a distribuição e venda da droga nas barracas anteriormente instaladas no local. Eles não foram localizados na operação do dia 21 e a polícia tinha a expectativa de localizá-los a partir de contatos feitos com traficantes menores da Praça Princesa Isabel, o que não se concretizou diante da dispersão inicial deste domingo.

A venda de drogas na praça também já era alvo de apuração por agentes do Denarc, que consideravam a operação menos complexa do que a realizada há menos de um mês, já que a área equivale e a menos de 15% do quadrilátero original da Cracolândia. Além disso, agora os criminosos não dispunham de uma estrutura física maior e mais forte para proteger a sua atuação, como os prédios e um maior número de barracas nas imediações da Alameda Barão de Piracicaba e da Rua Helvétia. Ainda assim, a investigação necessitaria de mais tempo para ser concluída antes de chegar a pedir à Justiça mandados de prisão para os criminosos que ainda atuam na área.

Dentre os procurados do inquérito anterior está Anderson Alves de Siqueira Bernardino Kunzle, natural de Paulista, Pernambuco. Segundo a polícia, foi no Estado nordestino que ele desertou do serviço militar do Exército e recentemente atuava como segurança do PCC no fluxo, tendo sido flagrado realizando disparos contra policiais. Contra ao menos 21 dos procurados, há registro de antecedentes em outros crimes, principalmente tráfico, furto, roubo e receptação.

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