Apenas um policial envolvido na perseguição e morte do estudante brasileiro Roberto Laudisio Curti, em 2012, na Austrália, foi considerado culpado nesta terça-feira, 16, pelo Tribunal Central de Sydney. Mas Damien Ralph, acusado de agressão por ter utilizado dois tubos e meio de gás pimenta em Curti quando o estudante estava algemado, não cumprirá pena na prisão.
A juíza Clare Farnan disse “ser improvável que ele reincida” e o colocou em “dois anos de bom comportamento”. Ele terá liberdade condicional e nos próximos dois anos não poderá cometer nenhum crime.
Após um mês de julgamento, a magistrada decidiu que a promotoria falhou em provar a culpa de Scott Edmondson e Daniel Barling, acusados de agressão e lesão corporal, e de Eric Lim, acusado de agressão. Os três policiais usaram suas armas taser em Curti 14 vezes antes de sua morte.
Os promotores alegaram que o uso de força pelos policiais foi desnecessário, excessivo e ilegal, enquanto a magistrada disse que não houve má intenção durante a operação e que a promotoria não conseguiu apresentar evidências para justificar suas acusações. Segundo a magistrada, a morte de Curti aconteceu no contexto da perseguição e detenção pela polícia, mas não há prova de que essa tenha sido a causa.
Avaliação
O tio e tutor de Curi, João Eduardo Laudisio, disse que considera a decisão “uma piada, um desastre”, e informou que a família enviou um comunicado ao Itamaraty e ao governo australiano. Domingos Laudisio, outro tio da vítima, disse que o desfecho foi lamentável. O consulado do Brasil em Sydney ainda não se pronunciou a respeito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.