O presidente da Petrobras, Pedro Parente, elogiou que o governo federal tenha promovido mudanças na política de conteúdo local para o setor de petróleo e gás natural. Mas, afirmou também que as mudanças não são suficientes e devem avançar, “a ponto de premiar, em vez de punir as petroleiras, e de emancipar a indústria fornecedora nacional”.
Parente fez uma breve passagem pela sede do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) apenas para transmitir sua mensagem sobre o conteúdo local. O instituto tem sido o principal porta-voz das grandes petroleiras no debate com a indústria fornecedora nacional, que ocorre em Brasília.
Em seu discurso, o presidente da Petrobras criticou a atuação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a qual cabe o controle do conteúdo local. Em sua opinião, a cobrança de multas pela reguladora “encarece as propostas comerciais e tira a atratividade dos leilões” de áreas exploratórias e de partilha, diante da concorrência com oportunidades em outros países.
A Petrobras pediu à ANP a revisão do conteúdo local da plataforma onde será produzido o primeiro óleo da área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos. Mas, segundo Parente, isso não quer dizer que não contratará equipamentos e serviços para o projeto no Brasil. “Não é possível em nenhum lugar do planeta fazer 100% de encomendas no mercado nacional”, disse.
O presidente da Petrobras defende que o consórcio responsável por Libra – Shell, Total, CNCC, CNOOC e PPSA – não pode ser punido por conta do sobrepreço dos produtos locais. A flexibilização do conteúdo local do projeto permitirá acelerar o início da produção, segundo Parente.