Economia

Política econômica doméstica mudou de direção para agenda de reformas, diz Ilan

O presidente do Banco Central, Ilan Golfjan, reconheceu nesta terça-feira, 4, que o caminho trilhado até agora “não foi fácil”. Mas esse esforço tem gerado resultados positivos. “Enfatizo que as várias reformas e ajustes encaminhados aumentaram a confiança e reduziram a percepção de risco na economia brasileira. Também demos um passo importante que foi reduzir a inflação e ancorar as expectativas inflacionárias”, disse o presidente do BC em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado.

“Para que esse quadro favorável não se reverta, precisamos continuar avançando nas reformas. A ênfase deve ser na aprovação das mudanças estruturais capazes de criar as condições para a melhora da dinâmica da economia no longo prazo, como é o caso da reforma da Previdência”, defendeu Ilan Goldfajn aos senadores. “Só assim teremos crescimento econômico sustentável, continuidade da queda das taxas de juros estruturais da economia e inflação baixa e estável”.

O presidente do BC afirmou aos senadores que a instituição continuará a trabalhar “com persistência e serenidade”. “Estamos certos que, em complementação a outros esforços do governo, a flexibilização da política monetária contribuirá para a retomada do crescimento”, disse. “Quanto mais perseverarmos nas reformas e ajustes, mais rápida será a recuperação econômica, com geração de emprego e renda para os brasileiros”, completou Ilan Goldfajn.

Ênfase

Ilan Goldfajn avaliou que a economia brasileira tem mostrado sinais de estabilização este início de ano, sugerindo uma retomada gradual da atividade econômica ao longo de 2017, e um crescimento mais vigoroso no próximo ano. Ele citou os dados do Caged de fevereiro com a criação de vagas formais de trabalho após 22 meses de retração e garantiu que a política monetária contribuirá para a retomada econômica. O presidente do BC lembrou que o órgão tem um papel importante relacionado à solidez e eficiência do sistema financeiro e ao custo do crédito.

“A recuperação sustentada da economia requer que continuemos os esforços de ajustes e reformas que estamos empreendendo no Brasil, como as reformas macroeconômicas, em especial as fiscais, como a Reforma da Previdência”, afirmou Ilan. “Para além das medidas fiscais, são necessárias reformas microeconômicas relacionadas a ganhos de eficiência, flexibilização da economia e melhora do ambiente de negócios” completou.

Ele elencou ainda a importância da realização de investimentos em infraestrutura, por meio de concessões e de outros mecanismos, na busca por maior produtividade. “Esses investimentos têm efeito multiplicador porque, ao reduzirem custos e riscos das atividades produtivas, aumentam o retorno esperado e tornam novos projetos mais atrativos”, avaliou.

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