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Por uma cultura de paz!

O lamentável acontecimento no Rio de Janeiro merece uma grande reflexão de nossa sociedade. Muitos se manifestaram pelas redes sociais, a mídia cobriu o evento no momento em que o fato ocorreu, ficamos emocionados com os relatos dos jornalistas, autoridades, pais e alunos e até da presidente.


Dias após dias ouvimos especialistas. Uns disseram que foi um caso de loucura isolado, outros que foi um ato de revolta, de vingança pelo o que o autor havia vivido naquele local. Muitos questionaram o fato de ainda haver acesso fácil às armas de fogo e munições. Li também que este ato repugnante demonstra que o Brasil está no primeiro mundo. Agora devemos nos preocupar com estes atos que copiam as desgraças internacionais.


Podemos elencar as várias tentativas para explicar o que aconteceu. Não acredito que poderia ser evitado em qualquer cidade do mundo, ainda que o autor tivesse sinais de depressão, isolamento social ou outros indícios de distúrbios que não permitiam o convívio com pessoas de bem. Convivemos com pessoas com estranhos hábitos, mas que nem por isso irão cometer crimes por aí.


Lamento que a mídia não tenha dado mais destaque ao herói desta história. O sargento Márcio Alexandre Alves que entrou rapidamente no colégio Tasso da Silveira evitou que a tragédia fosse maior. Infelizmente, é fato que muitos outros policiais, diante do mesmo fato, iriam aguardar a chegada de outras viaturas para ingressarem no prédio. A revista Veja decepciona ao colocar na capa o rosto do assassino, ignorando o herói!


Assusta que tamanha repercussão possa incentivar outras mentes doentes a tomar este terrível caso como exemplo e planejar ações semelhantes. Não se trata de pregar a censura ou impedir a divulgação da realidade dos fatos, mas de cultuar nossos heróis, divulgar os grandes feitos em prol de nossa sociedade, manter hábitos saudáveis e mostrar que atitudes responsáveis e de cooperação afasta atos de violência.


Motivar a cultura de paz é colocar na cabeça de nossas crianças e jovens que o mundo pode ser melhor e mais feliz se todos colaborarem e fizerem sua parte. O Brasil, pela falta da cultura associativista, pela nossa correria urbana, deixa que o isolamento social cresça e as pessoas fiquem mais irritadas, menos tolerantes e incapazes de se colocar no lugar do outro.


Em Guarulhos o tema Segurança Pública anda esquecido. Não há reuniões com a comunidade, os fóruns estão esvaziados. As autoridades se confortam com a baixa dos índices, fala-se, até, em fechar delegacias e postos policiais. Isso é um perigo, pois está se perdendo o trabalho de integração conquistado ao longo dos anos. A comunidade tem mostrado isso, mas parece que as autoridades têm, hoje, outras prioridades.


 


Wilson Lourenço


Presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACE) Guarulhos


E-mail: [email protected]

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