O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, defendeu hoje, em seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que Brasil e Índia sejam membros permanentes do Conselho de Segurança.
Em defesa do multilateralismo, o premiê disse que o conselho precisa representar melhor o mundo atual. “O continente africano não pode deixar de ter uma presença permanente. E o Brasil e a Índia são dois exemplos incontornáveis de uma representação que urge necessária”, afirmou.
Costa observou que em meados deste século o mundo terá cerca de 400 milhões falantes de português, “o que tem justificado a sua adoção como língua oficial em diversos organismos internacionais”.
“A adoção do português como língua oficial das Nações Unidas permanece um designo comum aos diferentes Estados da comunidade de países de língua portuguesa”, disse o premiê, que fez questão de frisar que o secretário-geral da ONU, António Guterres, é português.
A ONU adota seis línguas como oficiais: árabe, chinês, espanhol, inglês, francês e russo. Fazem parte do Conselho de Segurança China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. O conselho é o único órgão do sistema internacional capaz de adotar decisões obrigatórias para todos os Estados-membros da ONU. A falta de representatividade de regiões como América Latina e África é alvo de críticas por membros do órgão.
Diante da Assembleia Geral, Costa ainda defendeu o Acordo Climático de Paris, criticado por Donald Trump, que deve retirar os Estados Unidos do tratado internacional. Ele ainda sublinhou a necessidade de se educar a geração de jovens sírios, que fugiram do país devastado pela guerra, e pediu cooperação da comunidade internacional. (Matheus Maderal – [email protected])