A despeito das críticas que a empresa vem sofrendo por conta da defasagem de preços com o mercado internacional, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou ontem que a queda no lucro no segundo trimestre (de 47%, para R$ 28,7 bilhões) não tem relação com a nova estratégia de preços de combustíveis – que levou a reduções sistemáticas e a nenhum aumento desde o início da sua gestão.
Segundo ele, o lucro menor foi determinado pela queda nos preços internacionais do petróleo e do diesel no referido trimestre ante um ano atrás. Prates falou em entrevista sobre o resultado financeiro no período.
"É absolutamente desconexa a linha de raciocínio que atribui a queda no lucro à mudança na política de preços (de combustíveis). Houve queda brutal do (barril de petróleo do tipo) Brent. Estamos falando de um período (segundo trimestre de 2022) com o petróleo muito alto e margens de diesel extremamente expressivas. Estamos em outras circunstâncias", afirmou Prates.
Na Bolsa de Valores, porém, os papéis da Petrobras operaram ontem descolados dos de seus pares. Enquanto 3R Petroleum subiu 2,23% e Prio avançou 0,87%, as ações ON e PN da estatal registraram quedas de 4,20% e 2,98%, respectivamente.
"Apesar de a empresa continuar mostrando solidez e caixa forte, a últimas falas do presidente (Prates) e do Haddad (Fernando Haddad, ministro da Fazenda) trazem muita volatilidade aos papéis, uma vez que o investidor permanece com temores sobre possibilidade de interferência política e quanto aos rumos da companhia", afirmou o economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti.
Ainda segundo Prates, a Petrobras teve desempenho melhor do que o de outras grandes petroleiras. "Nós desempenhamos melhor do que as nossas coirmãs e investindo mais", disse. "Em termos de fluxo de caixa operacional, essas empresas caíram em média US$ 6,5 bilhões, queda de 45% (em um ano). Nós caímos abaixo da média, 35,9%." (COLABOROU JÚLIA PESTANA)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>