Sob os impactos da crise econômica gerada pela pandemia da covid-19, a Previ acumula um déficit de R$ 21 bilhões até o fim do primeiro quadrimestre. O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil teve rentabilidade negativa de -10,94% no Plano 1, de benefício definido, onde concentra a maior parte de seus investimentos. Apesar da conjuntura de incertezas, os resultados mais recentes mostram leves sinais de recuperação.
No fim do primeiro trimestre, o déficit acumulado do Plano 1 somava R$ 23,6 bi. Em abril o mesmo plano registrou rentabilidade de 1,66%, enquanto o Previ Futuro, plano de contribuição variável da instituição, de 3,16%, gerando juntos um resultado positivo de R$ 2,57 bilhões no período. A Previ estima que levando em conta o mês de maio, cujo resultado ainda está sendo consolidado, a recuperação já ultrapassa os R$ 7 bilhões.
O segmento de renda variável segue como o mais afetado pela crise no portfólio da Previ, puxando o resultado para baixo. No caso do Plano 1, os investimentos em ações e participações em empresas representa 40,72% da carteira da entidade e registrou queda de 23,72% na rentabilidade acumulada. Os demais segmentos apresentaram rentabilidade positiva em abril.
A Previ destaca como fatores fundamentais na recuperação da crise a adoção de uma rigorosa gestão de liquidez e uma carteira de investimentos aderente à sua estratégia de longo prazo. O fundo de pensão destaca em boletim que "é preponderante não precisar vender ativos que estejam com os seus valores depreciados" e que tem recursos para pagar benefícios "sem a necessidade de realizar um prejuízo momentâneo".
Em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, no fim de maio, o diretor de Investimentos da Previ, Marcelo Wagner, afirmou que suspendeu ao menos até ver sinais mais claros de uma retomada econômica a venda de ativos em renda variável e o plano de alocar quase R$ 5 bilhões na diversificação do portfólio.
Com um patrimônio total de R$ 184,8 bilhões, a Previ já trabalha com um cenário de queda do Produto Interno Bruto (PIB) superior a 6% no ano. Wagner não descarta terminar um ano "atípico" como 2020 com déficit sem bater a meta atuarial (INPC + 4,75% ao ano no Plano 1), acumulada em 1,87% ao fim de abril.