Em 2016, a Braskem estima investimentos da ordem de R$ 3,661 bilhões, sendo 49% desse montante atrelado a iniciativas operacionais, como manutenção, produtividade, paradas e eficiência operacional. Um total de R$ 1,6 bilhão de investimentos será direcionado às operações no Brasil, o que inclui desembolsos com a parada programada de manutenção de uma das linhas do cracker de Camaçari-BA, prevista para o quarto trimestre deste ano.
Por sua vez, 32% serão destinados a contribuições ao projeto do México. Por fim, 15% serão direcionados para demais projetos estratégicos, que consideram R$ 255 milhões no Brasil, incluindo R$ 144 milhões para o projeto de flexibilização de até 15% de etano como matéria-prima, na central petroquímica da Bahia e US$ 69 milhões nos EUA e Europa, cifra que inclui investimentos para a produção de UTEC nos EUA, com previsão para entrar em operação no segundo semestre de 2016.
Do investimento total previsto para o ano de 2016, 51% (R$ 1,855 bilhão) serão realizados no Brasil e 49% (US$ 447 milhões) no exterior.
No primeiro trimestre, a Braskem investiu R$ 746 milhões, sendo a maior parte destinada ao projeto do México.
Dívida líquida
A dívida líquida da Braskem atingiu US$ 5,334 bilhões ao fim do primeiro trimestre deste ano, com queda de 6% na comparação com igual período de 2015. Ante o quarto trimestre de 2015 a cifra é 1% inferior.
A redução da dívida líquida associada à recuperação do Ebitda dos últimos 12 meses fez com que a alavancagem financeira, medida em dólares pela relação dívida líquida/Ebitda, caísse de 1,91 vez ao final de 2015 para 1,72 vez no final do primeiro trimestre de 2016.
Polipropileno
A forte demanda do mercado de polipropileno (PP) principalmente nos Estados Unidos foi uma das razões que levou a Braskem a apresentar, nas unidades dos EUA e Europa, taxa média de operação de 100% no primeiro trimestre deste ano.
No período, a produção registrada nas unidades dos EUA e Europa totalizou 499 mil toneladas, uma expansão de 8% em relação ao mesmo trimestre de 2015. As vendas no trimestre atingiram 500 mil toneladas, com aumento de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Com esse desempenho, as unidades dos Estados Unidos e Europa apresentaram Ebitda de R$ 855 milhões (US$ 219 milhões), representando 28% do consolidado da Braskem.
Crise
A crise econômica e a consequente retração do mercado doméstico no primeiro trimestre deste ano levaram as vendas da Braskem no Brasil a atingir 780 mil toneladas, com retração de 18% ante igual período de 2015.
A taxa média de utilização dos crackers no primeiro trimestre deste ano atingiu 89% no Brasil, em linha com o mesmo período do ano anterior e 6 pontos porcentuais acima do apresentado no quarto trimestre de 2015, puxada pelo desempenho operacional da central petroquímica de Triunfo e a normalização da operação na central de São Paulo.
Por outro lado, “a central do Rio de Janeiro seguiu operando a baixa carga em função da menor entrega de matéria-prima no primeiro trimestre deste ano”, explicou a Braskem, em release de resultados.
A demanda de resinas somou 1,2 milhão de toneladas no primeiro trimestre deste ano, com expansão de 8% em relação ao último trimestre de 2015. Ante igual período do ano passado, a variação foi negativa em 18%, em razão do efeito de recomposição de estoques na cadeia de transformação, que havia elevado a demanda entre janeiro e março de 2015.
A companhia exportou neste trimestre um volume de 415 mil toneladas de resinas, um aumento de 62% em comparação ao primeiro trimestre de 2015, compensando a retração do mercado doméstico. As exportações dos principais petroquímicos básicos somaram 262 mil toneladas, 12% inferiores ao volume registrado no primeiro trimestre de 2015, em função da priorização do propeno para produção de PP, que foi recorde de exportação neste trimestre, segundo explica no informe de resultados.