Economia

Privatização da Eletrobras não pode ficar para o próximo governo, diz CNI

Em evento no Tribunal de Contas da União (TCU) para debater a privatização da Eletrobras, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, disse que é preciso rapidez no processo de venda das ações da estatal para que o processo não fique para o próximo governo. Ele afirmou que é preciso que a empresa volte a investir para tentar reduzir o alto custo da energia para a indústria brasileira.

“A privatização da Eletrobras é fundamental para que a gente possa ter no futuro uma visão de que o setor vai crescer, vai se desenvolver e gerar novos negócios para o Brasil”, afirmou Andrade. Na presença do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, que deixa o cargo no próximo dia 5, Andrade disse que um dos principais obstáculos para o setor produtivo brasileiro é o valor da energia elétrica, sendo que metade refere-se à carga tributária.

“A energia elétrica deixou de ser uma vantagem e virou uma desvantagem competitiva no Brasil. Hoje, o custo da tarifa de energia é muito elevado. Quase 50% é composto por encargos”, disse no evento. “Precisamos ter rapidez e agilidade para aprovar o projeto o mais rápido possível para que seja colocado em execução este ano”, afirmou.

Segundo ele, com a privatização, a expectativa do setor industrial é que as tarifas de energia sejam reduzidas. “A indústria está no centro da discussão e sempre esteve, seja pelo custo da energia que impacta nos produtos industriais, seja pelo risco da falta dela ou ainda pelo impacto que sofremos pela falta de investimentos no setor elétrico”, ressaltou. Ele observou ainda que o setor elétrico brasileiro “está completamente atrasado em razão da falta de investimentos e de capacidade de investir em ciência e inovação”, concluiu.

De acordo com a CNI, o ministro Fernando Coelho afirmou no evento que, se a Eletrobras não for privatizada, o Brasil terá que investir cerca de R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões por ano na estatal.

No mesmo evento, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que a privatização da Eletrobras vai além do ponto de vista fiscal, para arrecadar R$ 12 bilhões com a venda de ações. “A grande relevância do projeto é a possibilidade de criarmos no Brasil uma empresa de classe mundial com capacidade de inovar, desenvolver tecnologia e representar o Brasil internacionalmente”, avaliou.

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