Nenhuma projeção para o rumo da taxa básica de juros foi alterada no relatório de mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 20, pelo Banco Central. Os analistas ainda não chegaram a um consenso sobre o patamar da Selic ao final do ano que vem. Assim como no levantamento passado, a mediana das projeções segue em 11,88%, o que demonstra uma divisão do mercado entre uma taxa de 11,75% e 12,00% ao final do período, já que o Banco Central apenas promove alterações de múltiplos de 0,25 ponto porcentual por vez. Um mês antes, a mediana estava em 11,25%.
Com essa manutenção das projeções, a Selic média de 2015 continuou em 11,69%, como no levantamento anterior. Quatro semanas atrás estava em 11,31%.
Já para 2014, com a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) não promoverá mais nenhuma mudança até o fim do ano, a mediana das estimativas para a taxa básica de juros segue em 11,00% – patamar atual – pela 20ª semana consecutiva. Com a estagnação das previsões, a Selic média deste ano também não sofreu alterações e está estacionada em 10,91% também pelo mesmo número de semanas.
Câmbio
Perto das eleições, o mercado financeiro optou mais uma semana por praticamente não mexer nas estimativas de cotação para o dólar para o fim deste ano e de 2015. A mediana para o fim de dezembro de 2014 continuou em R$ 2,40 como na semana passada – há um mês, estava em R$ 2,34. Já para 2015, a cotação permaneceu em R$ 2,50 de uma semana para outra – um mês antes estava em R$ 2,45.
Com essa permanência, a projeção mediana para o câmbio médio deste ano seguiu em R$ 2,32 como no levantamento anterior, levemente maior do que a cotação apontada um mês antes, de R$ 2,29. Para o ano que vem, a mediana do dólar médio foi ajustada de R$ 2,46 para R$ 2,48. No levantamento de um mês atrás estava em R$ 2,41.
Déficit em conta
O mercado financeiro voltou a ampliar a previsão para o rombo das transações correntes em 2014. A mediana das projeções para esse indicador estava em US$ 80,00 bilhões na semana passada e agora ficou em US$ 81,00 bilhões. Um mês atrás, a mediana das estimativas era de US$ 81,20 bilhões.
Para 2015, a mediana das estimativas continuou no patamar negativo de US$ 75,00 bilhões, o mesmo nível verificado na semana passada e também quatro semanas atrás.
Para esses analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) será insuficiente para cobrir o rombo, já que a mediana das previsões para esse indicador de 2014 segue em US$ 60,00 bilhões há 28 semanas. Para 2015, no entanto, houve uma melhora da perspectiva, já que a mediana passou de um saldo de US$ 59,20 bilhões para US$ 60,00 bilhões de uma semana para outra. Um mês antes estava em US$ 57 bilhões.
Na mesma pesquisa, os economistas diminuíram a estimativa de superávit comercial em 2014, de US$ 2,44 bilhões para US$ 2,29 bilhões. Quatro semanas antes, a mediana estava positiva em US$ 2,40 bilhões. Para a balança em 2015, a projeção subiu de US$ 7,27 bilhões para US$ 7,65 bilhões. Um mês antes, a mediana para a balança em 2015 era de US$ 9,00 bilhões.
Inflação
As projeções para os índices de preço no atacado foram as que sofreram maiores alterações esta semana. A mediana das previsões para o IGP-DI deste ano passou de 3,19% para 3,00% – um mês antes, estava em 3,72%. No caso do IGP-M de 2014, o porcentual passou de 3,17% para 3,09% de uma semana para a outra – quatro semanas atrás estava em 3,67%.
Para 2015, porém, nada foi alterado. O IGP-DI seguiu em 5,52%, como na semana passada – um mês antes estava em 5,50%. No caso do IGP-M do ano que vem, a taxa permaneceu em 5,50% pela quinta semana seguida.
O ponto central da pesquisa para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) de 2014 não foi alterado, com a variação estacionada em 5,38%. Há um mês, estava em 5,47%. No caso de 2015, a mediana permaneceu em 5,59% de uma semana para outra, bem mais alta do que a taxa de 5,27% vista um mês atrás.
Em relação aos preços administrados, a Focus mostrou que as expectativas para 2014 subiram de 5,10% para 5,15%. No mês passado, também estava em 5,10%. Para 2015, a mediana das projeções está congelada em 7,00% há dez semanas.