A série de protestos contra a presidente Dilma Rousseff reuniu mais de 100 mil pessoas em municípios do interior paulista, segundo organizadores dos atos, a Polícia Militar (PM) e a Guarda Municipal. Em comum, os atos foram marcados pela ausência de atos de vandalismo ou confrontos, bem como de partidos políticos. Uma das maiores manifestações ocorreu em Ribeirão Preto (SP), berço de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, além de ex-coordenador de campanhas de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT.
Na cidade do interior paulista, entre 20 mil e 40 mil manifestantes – respectivamente de acordo com a PM e os organizadores – participaram pacificamente por duas horas do ato pelo impeachment da presidente. A maioria usava roupas verde e amarela e portava bandeiras do Brasil, ou bexigas nas duas cores. Bandeiras eram vendidas entre R$ 5 e R$ 10. Considerado o uniforme da manifestação, uma camiseta com um desenho estilizado do rosto de Dilma com um risco ao meio e a inscrição “Fora Dilma”, também custava R$ 10. Na parte posterior da camiseta, a mão com quatro dedos suja de óleo – uma citação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – e abaixo a inscrição “Basta”.
Além de Dilma e Lula, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) foi alvo dos protestos. Ex-advogado do PT, um dos magistrados que irá analisar as denúncias de políticos do Ministério Publico Federal após a operação Lava Jato da Polícia Federal. Entre as faixas de protesto uma delas, segurada por duas garotas pedia intervenção militar no País.
Em Campinas, maior município do interior paulista, cerca de 35 mil pessoas participaram de dois protestos durante o dia e uma nova manifestação estava marcada para o final da tarde, segundo a PM.
Ao som do hino nacional cerca de 10 mil pessoas gritaram “Fora Dilma” e caminharam pelas ruas em protesto na região central de Franca. Outras 1.500 pessoas, na estimativa da PM, protestaram em São Carlos, na Baixada do Mercado, culminando com uma passeata até o terminal rodoviário. Alguns manifestantes pediam o impeachment da presidente e outros até mesmo a intervenção militar.
Em São José do Rio Preto, a manifestação reuniu 11 mil pessoas, segundo os organizadores e 10 mil, de acordo com a PM. Os organizadores convidaram 160 mil pessoas pela internet, esperavam 20 mil e público que compareceu foi considerado dentro do esperado.
Em Bauru, segundo a PM e organizadores, 12 mil manifestantes protestaram na passeata pedindo o impeachment de Dilma, acima dos 11 mil esperados. Em Araçatuba, a passeata começou às 9 horas e terminou por volta das 11 horas e entre 5 mil e 8 mil pessoas participaram da manifestação, segundo a PM.
Outros 5 mil manifestantes, segundo a Guarda Municipal tomaram a avenida Nove 9 de Julho, uma das principais de Jundiaí, durante manifestação contra o governo. Mais de cem policiais militares acompanhavam o deslocamento dos manifestantes pelas ruas da cidade. O trânsito ficou tumultuado mas sem de incidentes.
Em Presidente Prudente, no Oeste de São Paulo, 4 mil manifestantes vestiram camisetas coloridas e algumas estampadas com mensagens de “Fora Dilma, fora de uma vez”.
Em Santos, Litoral Sul de São Paulo, aproximadamente 12 mil pessoas, segundo a Guarda Municipal, participaram de protestos contra Dilma e o PT. O grupo se reuniu na Praça da Independência, no bairro do Gonzaga, e, a exemplo do registrado em outras cidades do País, manifestantes usavam camisetas com as cores verde e amarelo. Por: Gustavo Porto, Chico Siqueira, José Maria Tomazela, Lucas Sampaio, Luiz Alexandre Souza Ventura, Renê Moreira e Sandro Vilar