Para tentar fugir do risco de sofrer uma série de derrotas nesta semana em votações de interesse do Palácio do Planalto, lideranças do PT no Congresso decidiram entrar em campo na tentativa de recompor a base aliada. Na Câmara, a estratégia dos petistas é a de negociar com parte dos partidos aliados espaços estratégicos dentro da Casa em troca de uma maior “fidelidade” nas votações.
Entre as preocupações do partido e de parte da equipe econômica do governo está a sessão do Congresso desta terça-feira em que poderá ser votado o veto da presidente Dilma Rousseff feito na proposta de reajuste de 6,5% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para 2015. Alguns setores da base aliada se movimentam para derrubar o veto uma vez que o porcentual foi aprovado pela maioria dos congressistas em dezembro do ano passado.
Outro foco de tensão do Palácio do Planalto são as duas medidas provisórias encaminhadas para votação dos congressistas com ajustes fiscais que atingem alguns benefícios previdenciários e trabalhistas.
“Neste momento temos algumas cartas de negociação como espaços na Comissão Especial da Reforma Política, na CPI da Petrobrás, na Comissão do Orçamento e relatorias de Propostas de Emenda à Constituição. Isso tudo entra na reconstrução da recomposição da base. Na hora que se discute a recomposição, toda essa agenda é colocada”, ressaltou o líder do PT na Câmara Sibá Machado (AC).
Segundo ele, na mesa de negociação, o partido também pode ceder espaço nas comissões mistas das Medidas Provisórias que serão instaladas para discutir o pacote fiscal do governo. “Há um rodízio estabelecido e vamos aguardar para ver se ficamos com a presidência ou a relatoria na comissão. Podemos abrir mão para um dos integrantes do nosso bloco”, afirmou o petista.
Do lado do Senado, o foco dos petistas será o de ajustar a relação com o grupo do PMDB comandado pelo senador Luiz Henrique (SC). O distanciamento foi estabelecido na disputa pela presidência do Senado em que a bancada do PT preferiu apoiar a candidatura à reeleição do senador Renan Calheiros (PMDB-AL).