O PT está lançando mão de instrumentos regimentais para obstruir a sessão da CPI da Petrobras marcada para votar requerimentos de convocação, acareações e quebra de sigilos. No pacote de 140 requerimentos previstos para serem votados está a convocação do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, a transferência de sigilos do ex-ministro José Dirceu e sua empresa, a JD Assessoria e Consultoria, além da convocação de Milton Pascowitch e de acareações entre os principais personagens da Operação Lava Jato.
O PT abriu a sessão desta quinta-feira, 11, solicitando a leitura e a votação da ata da sessão anterior, numa clara manobra para retardar a apreciação dos requerimentos. Os petistas também questionaram o cancelamento da reunião prevista para acontecer nesta manhã com a Kroll, consultoria especializada em auditoria empresarial contratada pela Câmara para fazer o rastreamento de contas no exterior.
A reunião para saber o andamento das investigações ficou para a próxima Terça-feira (16) à tarde. “A explicação da Kroll pode ser dada em outro dia”, respondeu Hugo Motta (PMDB-PB), presidente da comissão.
O deputado Afonso Florence (PT-BA) acusou a CPI de tentar expor seu partido no dia da abertura do 5º Congresso da legenda. “A CPI virou palco de disputa política”, afirmou Florence. “A CPI vai avançar independentemente da vontade de muitos. No grito não vão ganhar”, rebateu Motta num dos momentos acalorados do debate.
Entre os requerimentos em discussão estão ainda a acareação entre Paulo Roberto Costa, Renato Duque, Pedro Barusco, João Vaccari Neto, Alberto Youssef, a quebra do sigilo de parentes de Youssef, a quebra de sigilos e busca e apreensão no Grupo Schahin, ações contra as empresas de Julio Faerman (ex-representante da SBM Offshore) e novas convocações, como a da viúva do ex-deputado José Janene (PP-PR), Stael Janene.
Os petistas apresentaram requerimento para retirada de pauta de alguns itens, como a convocação de Okamotto, os requerimentos contra Dirceu, as convocações da mulher de Costa, Marici Costa, e de Pascowitch, propostas para votação. “Partidarizar é criar um factoide no dia do congresso do PT”, insistiu Florence.
A CPI corre para votar os requerimentos porque está previsto para esta manhã o início da sessão plenária da Câmara para continuar a votação da Reforma Política. Se a sessão da Câmara começar, a comissão fica impedida de dar sequência à reunião deliberativa.