Em meio à pandemia de covid-19, 92 milhões de brasileiros – 43,6% da população – disseram que ficaram em casa no mês de julho, com saídas apenas para suprir necessidades básicas. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) mensal, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 20.
"A maior parte das pessoas fez a restrição, não saiu de casa", disse Maria Lucia Vieira, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. As medidas de proteção adotadas pela população contra a pandemia foram um dos seis novos temas abordados em julho pelo levantamento.
Destas 92 milhões de pessoas, 49,2 milhões ficaram rigorosamente isolados. Ao mesmo tempo, 4,1 milhões de pessoas não adotaram qualquer medida de restrição à disseminação do novo coronavírus (2% da população). Outros 64,4 milhões (uma fatia de 30,5% da população) reduziram o contato, mas continuaram saindo de casa.
As mulheres, as crianças e os idosos obedeceram mais às recomendações de isolamento social, apontou o IBGE. Os cuidados também foram tomados em casa.
Quase todos os 68,5 milhões de domicílios tinham itens básicos de higiene e proteção, entre eles sabão ou detergente (presente em 99,6% dos lares), máscara (99,3%), água sanitária ou desinfetante (98,1%) e álcool 70% (95,8%).
<b>Testes para o novo coronavírus</b>
Mais de 13,3 milhões de brasileiros já fizeram algum teste para diagnóstico da doença desde o início da pandemia. Duas em cada dez pessoas testadas até julho tiveram resultado positivo para covid-19, o equivalente a 2,7 milhões de contaminados no País.
Desde o começo da pandemia, conforme os dados do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, o Brasil tinha 3.460.413 de habitantes contaminados até esta quarta-feira, 19 de agosto.
Segundo a Pnad Covid, a Unidade da Federação com maior porcentual de testes realizados foi o Distrito Federal, com 16,7% da população testada, seguido por Amapá (11,0%) e Piauí (10,5%).
Pernambuco registrou o menor porcentual de testes na população (4,1%), patamar semelhante ao de Minas Gerais (4,5%), Paraná (4,5%) e Rio Grande do Sul (4,5%).
O acesso aos testes se concentrou nas pessoas com maior instrução e maior poder aquisitivo. O porcentual de pessoas que realizaram alguma testagem chegou a 14,2% para os 10% mais ricos, enquanto o alcance entre os 20% mais pobres não chegou a 4% dessa população.
Quanto ao tipo do teste, 4,7 milhões de pessoas fizeram o swab, sendo 25,5% deles com diagnóstico positivo. Enquanto isso, 6,4 milhões realizaram o teste rápido com coleta de sangue através de furo no dedo, o que resultou em 15,9% de laudos positivos.
Outros 4 milhões fizeram o teste de coleta de sangue na veia no braço, sendo 24,6% deles com covid confirmada.
A pesquisa levantou ainda que, entre os 211,1 milhões de brasileiros, havia 47,2 milhões de pessoas, ou 22,4% da população, com alguma das comorbidades pesquisadas. A mais frequente foi hipertensão, seguida por asma ou bronquite ou enfisema, diabetes, depressão, doenças do coração e câncer.