Estadão

Quatro pessoas são presas por produzirem drogas dentro de creche em Nova York; um bebê morreu

A polícia dos Estados Unidos prendeu nesta semana a última pessoa que enfrenta acusações no que os investigadores descreveram como um laboratório de drogas em uma creche de Nova York, no mesmo ambiente onde as crianças brincavam e cochilavam. Um menino de 1 ano morreu e três outras crianças ficaram doentes por aparente exposição a opioides.

Investigadores norte-americanos procuraram Felix Herrera Garcia, 34, durante quase duas semanas antes de ele ser detido pelas autoridades no México. Ele foi transferido para custódia dos EUA na noite de quarta-feira, 27, na Califórnia, de acordo com promotores federais em Manhattan. Sua esposa, que era a operadora da creche, e outros dois homens já haviam sido presos.

A busca começou depois de o bebê Nicholas Dominici, de 1 ano, morrer repentinamente na creche do Bronx, no dia 15 de setembro. Durante a soneca, outras crianças do centro apresentaram sintomas de envenenamento por opioides e precisaram ser reanimadas com o medicamento Narcan.

A polícia encontrou um bloco de fentanil armazenado em cima dos tapetes das crianças, junto com itens frequentemente usados para embalar drogas. Uma nova busca levou à descoberta de um alçapão numa área de recreação, sob o qual a polícia encontrou mais pacotes de drogas e outros materiais.

Na denúncia contra Herrera Garcia, as autoridades dizem que sua esposa, Grei Mendez, ligou para ele antes de ligar para o 911, depois que as crianças começaram a apresentar sintomas de exposição a opioides tóxicos.

Gravações de câmeras de segurança mostraram o homem entrando no prédio, antes mesmo de os médicos chegarem, e saindo para um beco dois minutos depois carregando duas sacolas de compras cheias. O procurador dos EUA, Damian Williams, disse que Herrera Garcia "fugiu da creche mesmo quando as crianças que ele abandonou lá dentro sofriam com seu comércio venenoso".

Sua esposa excluiu mais de 21 mil mensagens de texto que eles trocaram, segundo os promotores. O advogado de Grei disse que ela não tinha conhecimento da presença de drogas dentro do centro. Grei e um homem que morava no mesmo prédio da creche, Carlisto Acevedo Brito, também foram acusados na Justiça Estadual de homicídio relacionado à morte da criança. Renny Antonio Parra Paredes foi acusado de distribuição de entorpecentes que resultou em morte.

Os pais de Nicholas, Zoila Dominici e Otoniel Feliz, disseram que seu filho tinha começado a frequentar a creche há apenas uma semana antes do episódio. "Ele era tão inteligente. Ele repetia tudo o que você dizia a ele", disse Zoila à emissora. "Ele tinha muito amor. Todos que o conheciam o apreciavam, todos os nossos vizinhos."

A cidade de Nova York, como grande parte dos Estados Unidos, tem registrado níveis crescentes de mortes relacionadas com opioides, sendo a grande maioria das mortes agora atribuída ao fentanil, um sintético que pode ser mais de 50 vezes mais forte que a heroína.

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