Estadão

Queda do diesel leva preço à paridade; tendência externa é de alta do petróleo

A queda de 8,9% do diesel que passou a vigorar nesta quarta-feira, 8, nas refinarias da Petrobras e a estabilidade cambial fizeram os preços da companhia se alinharem com os praticados no mercado internacional, depois de terem atingido defasagem positiva de até 18% no último dia 6, segundo mostram dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

De acordo com a entidade, os preços de referência da gasolina e, principalmente, do óleo diesel tiveram alta no mercado internacional no fechamento de terça, 7, o que também contribuiu para que os preços se aproximassem da paridade.

Nos polos atendidos pela Petrobras, o preço do diesel ficou equivalente aos preços praticados no Golfo do México, usado como referência pelos importadores, enquanto a gasolina está 2% mais cara no Brasil. Na Refinaria de Mataripe, na Bahia, controlada pela Acelen, o preço do diesel está 4% mais alto e da gasolina, 3%.

"Apesar da estabilidade do câmbio, os preços de referência da gasolina e, principalmente, do óleo diesel tiveram alta no mercado internacional no fechamento de ontem. Tais fatos alinhados ao reajuste para baixo de R$ 0,40/l (redução) no preço do óleo diesel A anunciado pela Petrobras propicia que, nas contas da Abicom, o cenário médio de preços está tecnicamente na paridade para gasolina e para o óleo diesel", avaliou a entidade.

Já de acordo com o Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), o diesel ainda mantém defasagem positiva de 7,9% e a gasolina de 1,4%.

"Na data de referência, os contratos futuros do petróleo e seus derivados deram continuidade aos ganhos observados no fechamento do dia anterior. A interrupção das operações do porto de Ceyhan, na Turquia, após os terremotos de segunda, alimentou as especulações de uma possível queda da oferta no curto prazo, oferecendo suporte aos preços do barril", explica o Cbie.

Contribuindo para a alta dos combustíveis, o Cbie destacou ainda que a Saudi Aramco anunciou reajuste positivo do preço de venda do seu petróleo aos seus clientes na Ásia.

"O movimento sinaliza uma expectativa de crescimento da demanda na região, fomentando o otimismo quanto ao retorno do consumo energético da China após a sua reabertura comercial", concluiu o Cbie em seu relatório diário.

Na terça, 7, o petróleo fechou em alta de 3,33%, a US$ 83,69, enquanto o câmbio teve leve queda de 0,13%, para R$ 5,17.

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