Cidades

Quem são os guarulhenses que passarão o Revéillon trabalhando

À zero hora do dia 1º de janeiro, enquanto você estiver brindando a chegada de 2018, observando os fogos e abraçando seus parentes e amigos, profissionais em todo o mundo estarão trabalhando para que serviços essenciais continuem funcionando. Profissionais das áreas da saúde, do transporte, da imprensa, da manutenção de serviços básicos para o dia a dia do cidadão estarão trabalhando. Em Guarulhos, não é diferente. 
 
É o caso do piloto de aeronaves de uma das maiores companhias do Brasil, Diego Valenti. Ele tem 33 anos e um saldo de muitos feriados longe da família, inclusive Natal e Ano Novo. “A primeira vez que passei o Réveillon trabalhando, longe da família, ficava pensando na falta que a gente faz aos pais, à namorada, mas a tripulação se une e dá suporte um ao outro. Ali nos tornamos também uma família”, disse o piloto que nesta virada do ano embarcará do Aeroporto Internacional de Guarulhos às 2h.
 
O destino de Valenti nessa primeira viagem de 2018 ainda é incerto. Sua escala chega sempre 48 horas antes do início do novo mês. Com nove folgas por ano, a ginástica de Valenti e seus colegas de estreitar os laços familiares e atividades sociais não se aplica apenas nos momentos festivos, mas em todo o ano. “Temos o desafio de marcar consultas médicas, de estar em aniversários de parentes, em casamento”, desabafa o rapaz que não conseguiu ser padrinho de casamento do próprio irmão ou estar no último aniversário da namorada.
 
“Fico pensando se ele conseguirá estar no nosso casamento”, contou divertindo-se a namorada Lúcia Corrêa, 34 anos. A acupunturista está com o piloto há 14 anos e acompanhou os passos de Valenti nos estudos, depois como comissário de bordo e agora como piloto. 
“No começo foi um pouco complicado. Ficava um pouco frustrada com esse tipo de situação. Hoje já estou acostumada, são ossos do ofício. Desde o início sabíamos que seria assim, sem datas comemorativas, feriados ou aniversários. Então tentamos compensar sempre nas folgas”, disse Lúcia, que já passou Natal e Réveillon com os pais de Valenti enquanto ele trabalhava.
 
Lúcia vê orgulhosa o trabalho do namorado. “Ele une as pessoas em momentos de alegria, negócios ou tristeza, e ele ama fazer isso, por isso apoio, mesmo não sendo tão fácil”, conta a acupunturista.
 
Mais do que o trabalho em si, a motivação de Valenti e outros profissionais se dá pela importância daquilo que fazem à sociedade. “Dentro do avião a gente tem uma gama enorme de situações, às vezes transportamos gente que procura tratamento médico, parentes que vão se reencontrar, famílias que irão a velórios, gente que vai se casar ou festejar o Ano Novo. O clima no avião é sempre variado e nós sabemos da importância de bem transportar os passageiros e com segurança”, disse o piloto.
 
Celso Wagner, 53 anos, também tem um trabalho essencial, neste caso, exclusivo aos munícipes de Guarulhos. Com os pés bem fincados no chão, mais especificamente no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), o funcionário público passará a virada de ano de plantão no 0800 (serviço de atendimento ao cliente) da autarquia para minimizar possíveis problemas de abastecimento.
 
“Aqui eu sempre me coloco no lugar do cliente (munícipe). Se eu estou aqui trabalhando é porque existe a necessidade, aqui eu sou útil à população, porque posso minimizar o tempo que uma família fica sem água, às vezes essa família tem um ente acamado, então entendo que de alguma maneira estou ajudando a sociedade e esse é o lado bom de trabalhar no final do ano, como faz um médico, um enfermeiro, motorista de ônibus”, avaliou o servidor público.
 
Wagner é divorciado e tem dois filhos adultos, todos com destino certo para celebrar a chegada de 2018. Recebeu muitos convites para estar com os amigos, mas a escala do trabalho não lhe permitirá. Entrará às 19h no trabalho e atenderá até a 1h do dia 1º. 
 
“Dá pra pegar o finalzinho dos fogos”, brinca o atendente, que também passou o Natal trabalhando. Pela experiência do dia 25, Wagner acredita que mesmo no trabalho poderá celebrar com os colegas a chegada do ano. “No Natal brindei com suco de pêssego e a gente traz um franguinho”, contou.
 
Se pudesse escolher, ele disse que optaria celebrar a chegada do ano ao lado dos filhos e à beira-mar. Como não pôde, após seu expediente, de madrugada, contará com o trabalho de outro profissional, que assim como ele é essencial para o bom e pleno funcionamento da autarquia: o motorista de plantão. 
 

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