Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo lideram o ranking de cidades com maior poder de influência nas gestões pública e empresarial, ou seja, essas cidades concentram o maior número de empresas e órgãos públicos capazes de tomar decisões que influenciam municípios espalhados pelo país. Guarulhos aparece somente em um terceiro grupo de cidades influentes, ocupando a 14ª posição na intensidade de ligações por municípios.
A constatação faz parte da pesquisa Gestão do Território 2024, divulgada nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para estimar a capacidade de influência de gestão empresarial de cada cidade, os pesquisadores analisaram o número de sedes de empresas que os municípios possuem e quantas filiais em outros municípios estão ligadas a essas sedes.
Um exemplo citado é o do banco Bradesco, que tem sede em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, e agências em praticamente todo o país. De acordo com o IBGE, isso representa que decisões tomadas em Osasco influenciam diretamente outras tantas cidades.
Já para medir a influência na gestão política, o IBGE investigou a presença nos municípios de instituições públicas das esferas federal e estadual.
As instituições federais consideradas foram o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Ministério do Trabalho e Emprego, Secretaria da Receita Federal, Justiça (do Trabalho, Federal e Eleitoral) e o próprio IBGE. No âmbito estadual, foram consideradas as secretarias estaduais de Educação e Saúde.
O IBGE classificou os municípios que têm algum grau de influência como centros de gestão. Entraram nessa classificação 2.176 cidades, o que representa 39,1% dos 5.570 municípios brasileiros.
INTENSIDADE DE LIGAÇÕES POR MUNICÍPIO
A intensidade das ligações por Município, resumidamente, é um indicador composto pelo somatório do número de sedes e filiais
das empresas multilocalizadas para cada Município brasileiro. Para o seu cálculo, soma-se o número de sedes em cada municipalidade com o número de filiais que possuem fora, acrescentando-se, a seguir, a soma do número de filiais localizadas em cada municipalidade com o número de suas sedes que estão fora desse território. O coeficiente de intensidade, portanto, é uma soma simples do conjunto de ligações empresariais de um Município acrescido do total de unidades locais (sedes e filiais) nele presentes: quanto maior a intensidade atribuída a um Município, maiores são as suas interações com os demais, não importando a distância.
O Mapa de Intensidade a seguir exibe os padrões de concentração identificados, em 2011 e 2021, nas Regiões Sul e Sudeste;
no eixo Brasília (DF)-Goiânia (GO); e nas seguintes capitais: Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Belém (PA), Manaus (AM) e Cuiabá (MT). As áreas menos representativas estão localizadas na Região Norte e no norte da Região Centro-Oeste.
Em 2021, na primeira classe do mapa, correspondente aos centros de maior intensidade de relacionamento, tem-se o Município de
São Paulo (SP). Compondo a segunda classe, figuram Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF); em continuidade, seguem, por ordem decrescente
de intensidade, na terceira classe, Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Campinas (SP), Barueri (SP), Recife
(PE), Goiânia (GO), Salvador (BA), Osasco (SP), Guarulhos (SP), Itajaí (SC), Manaus (AM), Cuiabá (MT) e Belém (PA); e, por fim, na quarta
classe, observa-se uma nuvem de Municípios menos representativos, com maior concentração onde a rede urbana é mais densa.
A exibição conjunta dos mapas relativos a 2011 e 2021 permite a identificação dos padrões espaciais que perduraram e as novidades presentes em 2021. Percebe-se pouca variação diante do caráter estrutural que se evidencia na representação das centralidades envolvidas, porém, quebrando essa marca, transcorrida uma década, destaca-se a ascensão de centralidades intermediárias, como Itajaí (SC), Cuiabá (MT), Belém (PA) e Manaus (AM), alocadas na terceira classe no mapa referente a 2021.
A ampliação de parte do Estado de São Paulo no mapa relativo a 2021 detalha o papel polarizador da área metropolitana de São
Paulo (SP), que, junto de Campinas (SP), forma uma grande área de concentração de empresas multilocalizadas. O Município de São
Paulo e seu entorno, expoentes de forte centralidade, apresentam padrões espaciais que corroboram a noção de Arranjo Populacional, conforme definida pelo IBGE , pois denota mais uma evidência de sua forte integração interna.