O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, avaliou nesta terça-feira, 20, que, perto já da metade do ano, os indicadores econômicos ainda mostram um quadro recessivo no País. “Os sinais ainda estão oscilando”, afirmou, citando a produção industrial, a venda de bens e a massa salarial. “Esses são sinais de que o consumo – que impacta a arrecadação – ainda está em trajetória descendente”, completou.
Para ele, os poucos sinais positivos entre janeiro e maio ainda são insuficientes para reverter os resultados negativos no período. Nos cinco primeiros meses de 2017, a arrecadação federal somou R$ 544,485 bilhões, o que representa uma alta real de 0,35% na comparação com igual período do ano passado.
Ele citou que o único ponto realmente positivo é o aumento das importações em dólar, que cresceu 11,39% de janeiro a maio, ante igual período de 2016. “Isso mostra o começo de uma recuperação do consumo e da indústria, mas, com a variação do câmbio, houve pouco impacto na arrecadação”, acrescentou.
Mudanças estruturais
O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal analisou que ao longo dos últimos anos houve mudanças estruturais na arrecadação, com criação e revogação de algumas desonerações.
“Houve também mudanças na própria estrutura da economia. Temos que a analisar de onde está vindo o PIB, se dos serviços, da agropecuária ou da indústria”, afirmou. Ele citou, por exemplo, que nos últimos anos, houve uma série de incentivos a empreendimentos de infraestrutura, que têm uma tributação baixa.
O diretor de previsão e análise da Receita, Marcelo Gomide, afirmou que o governo revisa a cada dois meses as previsões para a arrecadação do ano. “Para junho, esperamos uma arrecadação positiva, atingindo o projetado no último Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas”, completou.