Estadão

Redução da tarifa e tempo de espera motivariam uso do transporte público, indica pesquisa CNI

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que os brasileiros não usuários de transporte público passariam a usar os coletivos caso melhorias fossem feitas. O levantamento mapeou insatisfações e potencial de crescimento entre as alternativas de transporte.

Questionados sobre os dois principais motivos para que passassem a utilizar transporte público, os entrevistados apontaram a redução de preço da tarifa (25%), a diminuição do tempo de espera (24%), o aumento da segurança (20%), a maior disponibilidade de linhas e percursos (18%), a ampliação do conforto interno (14%), a melhoria da qualidade dos veículos (13%) e a maior brevidade dentro do transporte público (13%).

A pesquisa perguntou à população das cidades com mais de 250 mil habitantes com qual frequência ela utiliza cada meio de transporte. Considerando o uso diário e em quase todos os dias, o carro é o meio mais utilizado, com 75%. Na sequência vêm moto (60%) e bicicleta (54%).

<b>Serviços de ônibus</b>

O ônibus é o meio de transporte coletivo mais frequentemente utilizado, com 50% das pessoas fazendo uso diário ou em quase todos os dias. Depois vêm a carona e o trem, com 37%; os fretados, com 30%; as vans, com 29%; os carros por aplicativos e o metrô, com 28%; o táxi, com 25%; e o barco, com 3%.

Em relação à satisfação com o serviço de ônibus, a maior reclamação diz respeito à falta de segurança, com nota 3,1. Na sequência, as maiores reclamações são relativas ao excesso de passageiros (3,6), conforto (3,6), quantidade de ônibus (3,8), pontualidade (4,2), limpeza (4,7), tempo de viagem (4,7) e comportamento do motorista (6,4).

Sobre os pontos de ônibus, a maior queixa também à segurança, que recebeu nota média de 3,1 numa escala de 0 a 10. Outros pontos de insatisfação são o conforto (nota 3,3), tempo de espera (3,6), informação sobre trajetos e horários (4,3), quantidade de paradas (5,2) e distância percorrida (5,5).

<b>Metrô</b>

Entre usuários do metrô, a percepção é de que esse é um transporte melhor que o ônibus. A nota atribuída na escala de 0 a 10 para o tempo de espera nas estações foi de 7,2. Na sequência aparecem como pontos mais bem avaliados das estações de metrô: informações sobre trajetos e horários (7,0); quantidade de estações (6,7); segurança (6,5); conforto da estação (6,4); distância percorrida até a estação (6,2).

A satisfação com a limpeza dos vagões de metrô é boa, com nota 7,5. Depois aparecem os itens tempo de viagem (7,4); pontualidade (7,2); quantidade de vagões (6,8); segurança (6,2); conforto (6,1); e quantidade de passageiros (5,0).

<b>Uso de bicicleta</b>

Questionados sobre os dois principais motivos para incentivar o uso da bicicleta, os entrevistados apontaram que usariam o transporte se houvesse melhoria da segurança para pedalar nas vias (39%); se os motoristas respeitassem os ciclistas (35%); se houvesse mais ciclovias e ciclofaixas (27%); se melhorasse a sinalização das ruas (21%); se a distância para o trabalho ou local de estudo não fosse tão grande (16%); e se o trajeto usado não tivesse tantas subidas ou ladeiras (11%). 11% responderam que nada nem nenhum motivo o faria usar a bicicleta como meio de transporte.

<b>Carro de aplicativo</b>

Menos de 10 anos depois de chegar ao Brasil, os carros de aplicativo são o meio de transporte urbano mais bem avaliado do País. Segundo a pesquisa, 64% dos usuários consideram esses serviços bons ou ótimos. Essa parcela é mais do que o dobro daqueles que têm avaliação boa ou ótima dos táxis, de 30%.

O segundo serviço mais bem avaliado é o metrô, com 58% de ótimo ou bom. Na sequência, aparecem trem (38%), táxi (30%) e ônibus (29%). Já em relação ao custo-benefício dos transportes, 63% apontam o carro de aplicativo como ótimo ou bom, à frente de metrô (40%), trem (33%), ônibus (25%) e táxi (25%).

A pesquisa encomendada pela CNI foi realizada pelo Instituto Pesquisa de Reputação e Imagem (IPRI), nome novo do Instituto FSB Pesquisa, que entrevistou 2.019 pessoas da população economicamente ativa (PEA) com idade a partir de 16 anos em cidades com mais de 250 mil habitantes nas 27 unidades da Federação, entre 1º e 5 de abril. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais, com intervalo de confiança de 95%.

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