Ernesto Zanon
O HOJE avaliou durante uma semana o Novo Sandero Privilège 1.6 16V Hi-Flex equipado com câmbio automático com opção de troca sequencial de marcha. Trata-se de uma boa opção no mercado de compactos, que tem poucos modelos que oferecem essa comodidade, cada vez mais solicitada por consumidores cansados do anda e para das grandes cidades.
Na concorrência, Fiat e Volkswagen oferecem opções com câmbios automatizados para o Palio e o Gol, porém sem a mesma eficiência de um automático de verdade, disponível também – além do Sandero – no C3 e no 207. Porém, diferente do concorrente da Citroën, cuja versão com câmbio automático mais barata sai por R$ 47.490,00, o modelo da Renault custa R$ 43.900,00, apenas R$ 3.500,00 mais caro que a versão do mesmo modelo com câmbio mecânico.
O câmbio automático do Sandero é um quatro marchas, com opção de troca sequencial, disponível na versão topo de linha, batizada de Privilège, equipada com o motor 1.6 16V Hi-Flex. Desenvolve a potência máxima de 112 cv com etanol e 107 cv com gasolina.
Em um primeiro momento, até pegar o jeito, a impressão é de que as marchas demoram para entrar, segurando o carro, que segura um pouco mais para arrancar do que o modelo com câmbio mecânico. Mas basta começar a circular um pouco mais, para perceber o melhor jeito de pisar no acelerador e aguardar as respostas. Somente em subidas, com o carro mais pesado, que ele teima em não responder de forma ágil, parecendo um carro com motor 1.0. Precisa pisar forte no acelerador, ouvir o motor gritar, para conseguir que ele avance ladeira acima.
Sistema inteligente se adapta ao motorista
A Renault informa que o câmbio automático do Sandero é auto-adaptável, ou seja, modela-se ao estilo de condução do motorista. A caixa conta com nove programas, que vão desde uma condução mais suave até uma performance esportiva. Uma central eletrônica "inteligente" avalia qual a melhor marcha para a situação ou o momento para a troca, em função do estilo de condução do motorista.
O câmbio automático conta também com a função "Kick down". Acionada quando o motorista pisa até o fim e de forma rápida o pedal do acelerador, a central avalia e realiza a redução de uma ou duas marchas, conformea necessidade. Essa operação melhora a aceleração, como, por exemplo, na realização de ultrapassagens, conforme, aliás, ficou perceptível durante a avaliação.
Para os motoristas que não abrem mão da interação com o automóvel, o equipamento possui a opção de troca sequencial de marchas, a partir da alavanca central. Nada de borboletas atrás do volante. O câmbio conta ainda com recurso de condução em pisos de baixa aderência, acionado por um botão localizado na alavanca.
Porém, em um quesito, o Sandero automático deixa a desejar. O consumo de combustíveis é alto. Durante a avaliação, abastecido com etanol, na cidade, o computador de bordo, um dos equipamentos disponíveis de série, apontava para médias nunca superiores a 5 km/l. Na estrada, a média ficava abaixo dos 8 km/l. Já com gasolina, o consumo melhorou um pouco, mas ainda se mostrou gastão para um carro compacto. Em torno de 7 km/l na cidade e menos de 10 km/l na estrada. Ou seja, é uma comodidade que ainda sai caro para o consumidor desse tipo de automóvel que, invariavelmente, tem na economia de combustível um dos itens de decisão na hora da compra.
Bom nível de itens de série
O Sandero Privilège Automático oferece um bom número de equipamentos embarcados para um modelo compacto. Na unidade avaliada, apenas os freios ABS, air-bags duplos, o terceiro apoio de cabeça traseiro e o volante revestido em couro eram itens opcionais.
Os demais, como ar condicionado, computador de bordo, direção hidráulica, faróis de neblina, vidros elétricos dianteiros e traseiros, retrovisores com regulagem elétrica, rádio CD Player inategrado ao painel, com MP3, USB, entrada auxiliar/Ipod e Bluetooth, além de comando satélite e 4 alto falantes, vêm de fábrica.
Ou seja, trata-se de um carro ideal para quem quer elevado nível de conforto mas prefere um modelo compacto, com bom espaço interno para quatro ocupantes ou, apertando um pouco mais, até cinco. Nessas condições, o porta-malas fica limitado a 320 litros de capacidade, o que não é de se jogar fora.
Ficha técnica
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Motor 1.6 16 válvulas bicombustível;
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Potência máxima 112 cv (etanol) @ 5.750 rpm / 107 cv (gasolina) @ 5.750 rpm;
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Torque máximo 15,5 mkgf (etanol) @ 3.750 rpm / 15,1 mkgf (gasolina) @ 3.750 rpm;
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Rodas Liga Leve;
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Pneus 185/65 R15;
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Freios Duplo circuito em "X", discos sólidos dianteiros com 259 mm de diâmetro, e tambores na traseira, com 203 mm de diâmetro;
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Direção Hidráulica, diâmetro giro 10,5 m;
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Câmbio Automático, 4 velocidades;
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Tanque de combustível 50 litros;
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Porta-malas (litros) min./máx. 320 / 1.200;
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Entre eixos 2.591 mm;
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Comprimento 4.021 mm;
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Altura 1.528 mm;
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Largura 1.746 mm;
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Aceleração 0 a 100 km/h 11,7 s (etanol) / 11,9 s (gasolina);
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Velocidade máxima 171 km/h (etanol) / 169 km/h (gasolina)