O Relatório de Mercado Focus desta semana mostrou leve mudança, para melhor, nas projeções para a atividade no País em 2016. Pelo documento, as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano indicaram retração de 3,15%, ante os 3,18% projetados na semana anterior. Um mês antes, a previsão era de queda de 3,20%.
Para 2017, o cenário é mais favorável, com perspectiva de PIB positivo. O mercado previu para o País, conforme o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, 19, um crescimento de 1,36% no próximo ano, superior à alta de 1,30% projetada uma semana antes. Há um mês, estava em 1,20%.
No segundo trimestre de 2016, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB brasileiro recuou 0,6% ante o primeiro trimestre do ano e teve retração de 3,8% ante o segundo trimestre de 2015. No ano, o PIB acumula baixa de 4,6% e, em 12 meses, recuo de 4,9%.
Em junho, o BC informou no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) que sua estimativa para o PIB deste ano era de retração de 3,3%. No caso de 2017, a projeção do Ministério da Fazenda é de 1,6% de crescimento.
No relatório Focus divulgado nesta segunda, as estimativas para a produção industrial ainda sugerem um cenário difícil. A queda prevista para este ano permaneceu em 5,93%. Para 2017, a projeção de alta da produção industrial continuou em 0,50%.
Há um mês, as expectativas para a produção industrial estavam em recuo de 5,95% para 2016 e alta de 1,05% para 2017. Neste ano até julho, conforme o IBGE, a queda acumulada na produção industrial é de 8,7%.
Já as projeções para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para este ano continuaram em 44,80% no Focus. Um mês atrás, estava em 45,25%. Para 2017, as expectativas no boletim Focus seguiram em 49,00%. Um mês atrás estavam em 49,65%.
Superávit comercial
O Relatório de Mercado Focus mostra também que a estimativa de superávit comercial este ano permaneceu em US$ 50 bilhões, mesmo valor de um mês antes. Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2016 ficará em US$ 50 bilhões. Já o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços prevê um superávit entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões em 2016.
Para 2017, as estimativas de superávit comercial foram de US$ 47,55 bilhões para US$ 47,32 bilhões de uma semana para outra – ante US$ 48,40 bilhões de um mês antes.
No caso da conta corrente, as previsões para 2016 passaram de um déficit de US$ 15,00 bilhões – que permanecia há 12 semanas – para US$ 15,90 bilhões. Para 2017, o mercado continuou prevendo um rombo nas contas externas de US$ 24,20 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 20,00 bilhões. No mês passado, o BC informou que de janeiro a julho deste ano o País acumulou um déficit na conta corrente de US$ 12,541 bilhões.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário neste e no próximo ano. A mediana das previsões para o IDP em 2016 permaneceu em US$ 65,00 bilhões de uma semana para a outra – mesmo patamar de um mês antes. No acumulado deste ano até julho, o IDP somou US$ 33,894 bilhões. Nas projeções mais recentes do BC, a perspectiva é de ingresso de US$ 70 bilhões de IDP no País em 2016.
Para 2017, a perspectiva de volume de entradas de investimento direto, de acordo com o Focus, permaneceu em US$ 65,00 bilhões, também o mesmo montante de um mês atrás.