Economia

Retração do PIB para 2016 passa de 3,14% para 3,15%, prevê Focus

O Relatório de Mercado Focus desta semana trouxe alteração marginal para a projeção de atividade no País em 2016. Pelo documento, as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano passaram de retração de 3,14% para queda de 3,15%. Há um mês, a perspectiva era de recuo de 3,18%.

Para 2017, o cenário é mais favorável, com perspectiva de PIB positivo. O mercado continuou prevendo para o País, conforme o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, 10, um crescimento de 1,30% no próximo ano, mesmo valor projetado há um mês.

No segundo trimestre de 2016, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB brasileiro recuou 0,6% ante o primeiro trimestre do ano e teve retração de 3,8% ante o segundo trimestre de 2015. No ano, o PIB acumula baixa de 4,6% e, em 12 meses, recuo de 4,9%. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o Banco Central atualizou suas projeções para o PIB. No caso de 2016, foi mantida a expectativa de recuo de 3,3%. Para 2017, a projeção do BC é de alta de 1,3%.

No relatório Focus divulgado nesta segunda, as estimativas para a produção industrial ainda indicam um cenário difícil. A queda prevista para este ano seguiu em 5,96%. Para 2017, a projeção de alta da produção industrial foi de 1,10% para 1,11%. Há um mês, as expectativas para a produção industrial estavam em recuo de 5,93% para 2016 e alta de 1,11% para 2017. Neste ano até agosto, conforme o IBGE, a queda acumulada na produção industrial é de 8,2%.

Já as projeções para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para este ano passaram de 44,90% para 44,80% no Focus, mesmo patamar de um mês atrás. Para 2017, as expectativas no boletim Focus foram de 49,50% para 49,65%, ante projeção apontada um mês atrás de 49,00%.

Superávit comercial

Em meio à queda acumulada do dólar em 2016, de cerca de 18%, os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para a balança comercial em 2016 e 2017. A estimativa de superávit comercial para este ano caiu de US$ 49,47 bilhões para US$ 49,18 bilhões, ante US$ 50,00 bilhões de um mês antes. Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2016 ficará em US$ 49 bilhões.

Para 2017, as projeções de superávit comercial do mercado financeiro foram de US$ 45,92 bilhões para US$ 45,00 bilhões de uma semana para outra – ante US$ 47,55 bilhões de um mês antes.

No caso da conta corrente, as previsões contidas no Focus para 2016 passaram de déficit de US$ 16,70 bilhões para rombo de US$ 17,10 bilhões. Há um mês, estava em US$ 15,00 bilhões. Para 2017, o mercado manteve a estimativa de rombo nas contas externas em US$ 25,00 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 24,20 bilhões.

Na última semana de setembro, o BC informou que de janeiro a agosto deste ano o País acumulou um déficit em conta corrente de US$ 13,119 bilhões. Já a projeção da instituição para o déficit em 2016 é de US$ 18,0 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário neste e no próximo ano. A mediana das previsões para o IDP em 2016 permaneceu, no Focus, em US$ 65,00 bilhões de uma semana para a outra – mesmo patamar de um mês antes. No acumulado deste ano até agosto, o IDP somou US$ 41,101 bilhões e a previsão do BC é que a cifra chegue a US$ 70,00 bilhões até o fim de 2016.

Para 2017, a perspectiva de volume de entradas de investimento direto, de acordo com o Focus, permaneceu em US$ 65,00 bilhões, também o mesmo montante de um mês atrás.

Crescimento maior em 2018

Os economistas do mercado financeiro passaram a enxergar um crescimento um pouco maior da economia brasileira em 2018, conforme a abertura dos dados do Relatório Focus. A projeção mediana para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 passou de alta de 2,01% para elevação de 2,30%.

Para 2019 e 2020, as previsões para o PIB seguiram em 2,50% de elevação. Nos anos mais próximos, a atividade segue refletindo a crise econômica. A mediana para 2016 indica retração de 3,15% e, para 2017, alta de apenas 1,30%.

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