A falta de obras no setor privado, a forte competição por obras públicas e o bom potencial de negócio apresentado pelo governo para pequenas concessões de energia levaram a Montago Construtora, empresa de médio porte de Maringá (PR), a se aventurar em um leilão de empreendimentos de transmissão. A empresa conquistou o 11º lote ofertado no certame realizado nesta sexta-feira, 15, e o menor do leilão: uma subestação em Pernambuco com investimento estimado em R$ 44,788 milhões e Receita Anual Permitida (RAP) contratada de R$ 4,03 milhões – 52,9% abaixo da RAP máxima definida.
“Vivíamos de obras pública e privadas, mas de 2 anos pra cá não tem obra privada, e todas as construtoras se voltaram para obras pública. De uma licitação na qual tínhamos 10 concorrentes hoje temos 30, então vemos esse ramo de negócio (transmissão) com bons olhos”, disse o presidente da Montago, Alexandre Magalhães.
Segundo ele, a empresa já vinha observando o segmento de transmissão há algum tempo, mas até agora apenas atuava ofertando aos concessionários de transmissão seus serviços. Com a organização de lotes de menor porte nos últimos leilões, abriu-se a possibilidade de a empresa disputar diretamente uma concessão, atividade que Magalhães disse encarar como um novo ramo de atividade para a empresa e revelou planos de analisar os lotes que serão ofertados no próximo leilão, em especial o de menor porte, “do tamanho do bolso” da empresa.
Questionado sobre os recursos para a execução das obras, ele indicou que o plano é executar entre 40% e 50% com capital próprio, e o restante deve ser financiado. “Está chovendo de oportunidades, financiamentos nacionais e investidores estrangeiros”, disse. De acordo com ele, chineses e indianos estariam entre os interessados em financiar o projeto. “Temos oferta de fábricas chinesas e empresas que vendem produtos na Índia querendo financiar esse negócio”, afirmou.