A venda de ingressos para os Jogos Paralímpicos do Rio-2016, por enquanto, foi apenas razoável. Encerrada no final de setembro, a primeira etapa contou com a comercialização de 220 mil entradas, o que representa 8,33% dos 2,64 milhões de bilhetes colocados à venda para o público brasileiro. O universo total de ingressos para a Paralimpíada é de 3,3 milhões.
Apesar de o número estar distante do total disponível, o Comitê Rio-2016 considerou a procura satisfatória. “Estamos a um ano dos Jogos Paralímpicos. Historicamente, mais de 80% dos ingressos são vendidos nos meses anteriores à competição, e o público carioca também tem esse perfil de adquirir os bilhetes de última hora”, afirmou o diretor de Ingressos do comitê, Donovan Ferreti.
Ferreti apontou ainda outra razão para a venda ser inferior a 10% do total de bilhetes. “No próximo dia 20 já inicia a segunda fase de vendas dos ingressos dos Jogos Olímpicos, enquanto a primeira fase dos bilhetes para a Paralimpíada acabou há poucos dias. Então, acabou concorrendo”, ponderou.
Quando foi anunciada a campanha de venda de bilhetes, a expectativa dos organizadores era de negociar boa parte das entradas logo na primeira fase. A procura, porém, acabou se concentrando demais em alguns esportes – a maioria dos pedidos recaiu sobre um número restrito de sessões dentre as 315 disponíveis.
Nenhuma das sessões teve o total de ingressos esgotados, mas as mais procuradas – como a cerimônia de abertura, Futebol de 5 e alguns dias da natação – venderam todos os ingressos mais baratos. Assim, na segunda etapa de vendas, em dezembro, estarão disponíveis apenas os bilhetes mais caros.
O anúncio do número de ingressos vendidos veio no mesmo dia em que o Comitê Rio-2016 confirmou que está revendo seus custos. A entidade solicitou a todos os seus departamentos que promovam cortes.
Responsável pela operação dos Jogos do Rio-2016, o comitê trabalha com recursos exclusivamente privados. A entidade tem orçamento de R$ 7,4 bilhões, sendo que parte da verba vem da comercialização de ingressos. Um contrato assinado à época da escolha do Rio como cidade-sede, porém, estabelece que um eventual déficit nas contas será bancado pelo governo federal – até o teto de US$ 700 milhões (R$ 2,68 bilhões).