Afastado de suas funções desde o domingo passado por decisão do Comitê de Ética da CBF, o presidente da entidade, Rogério Caboclo, teve como um de seus últimos atos a aquisição de um jato por US$ 14 milhões (R$ 71,74 milhões na cotação atual). Detalhe: a compra do avião foi realizada com pagamento à vista e finalizada na última sexta-feira, justamente no dia em que uma funcionária da CBF formalizou denúncia de assédio contra ele.
A informação foi publicada inicialmente pelo UOL e confirmada pelo <b>Estadão</b>. A intenção de Caboclo era de que o avião, um Legacy de 16 lugares, ficasse a serviço da CBF. A questão é que a entidade já possui um jato particular (um Citation, de 12 lugares) que é basicamente utilizado para deslocamentos da cúpula da entidade – em especial, de Rogério Caboclo.
A compra do jato não havia sido discutida com o restante da diretoria, que tenta agora se desfazer do negócio. Nos corredores da CBF, o avião é considerado (mais) uma "herança maldita" de Caboclo. A diretoria interina da entidade tenta devolver a aeronave, mas isso é considerado muito difícil. A outra opção é revendê-la.
Eleito presidente da CBF em 2018, Rogério Caboclo assumiu o cargo máximo da entidade em abril de 2019. Ele foi afastado por 30 dias no último domingo após decisão do Comitê de Ética da entidade, que recebeu denúncia de uma funcionária por assédio moral e sexual contra o presidente na sexta-feira. Caboclo nega as acusações.