Pobre do eleitor brasileiro que vem sendo bombardeado por um sem número de candidatos, prinicipalmente ao cargo de vereador, com uma saraivada de promessas que, além de não terem condições de serem cumpridas, nem são da alçada dos legisladores. “Vou aumentar o efetivo da Guarda Municipal”, “vou construir uma nova escola em nosso bairro”, “vou colocar médicos na UBS de nossa região”, “vamos acabar com a corrupção em nossa cidade”. Essas são apenas algumas das balelas espalhadas por aí das mais diferentes formas.
Com a aproximação das eleições – hoje faltam 45 dias para o primeiro turno, dia em que os eleitores escolherão os 34 vereadores que representarão os cidadãos nos próximos quatro anos -, o número de intervenções dos candidatos aumenta ainda mais. Como não existe propaganda na TV, os pretendentes aos votos se utilizam de muita criatividade para tentarem se dar bem no 7 de outubro. Desta forma, no afã de obter a simpatia dos eleitores vale quase tudo.
Quem é ligado à atual administração municipal, por exemplo, não pode sair por aí atirando no prefeito, dizendo que irá mudar tudo, que há coisas erradas e por aí vai. Precisa ter discernimento no discurso, alegando que o que está bom pode melhorar etc etc. Já para aqueles que aparecem do outro lado da mesa, que se apresentam como Oposição, o ataque acaba sendo o lugar comum. Para esses, tudo está errado, tem que mudar o céu e o inferno, ninguém que está por aí presta e coisas do gênero.
O eleitor, por sua vez, muitas vezes alheio a esse mundo da política partidária, se vê em um mato sem cachorro. Geralmente, ele nem sabe qual a verdadeira função de um vereador. Nem imagina o que ele pode ou não fazer com um mandato. Muita gente, inclusive, decide o voto – ainda – motivado por favores pessoais ou mesmo grau de amizade ou parentesco com o candidato. As chances de votar errado, por tudo isso, são enormes. Numa cidade como Guarulhos, então, onde a comunicação com o eleitor é no boca a boca, os riscos de errar são grandes. Esperar uma mudança de comportamento, às vésperas da eleição, é tarefa quase impossível. O melhor é acreditar que a transformação venha quando nossos eleitos ajudem, pela educação, a mudar de fato a cultura da população. O problema é que isso não interessa a quem domina o poder.
